São Paulo, quinta-feira, 24 de agosto de 2006 |
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"Estarei no segundo turno", afirma tucano
SILVIO NAVARRO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Um dia após o Datafolha apontar oscilação positiva de sua candidatura, Geraldo Alckmin disse que iniciou uma rota "para cima e para o alto" e reagiu com ironia, sem citar nomes, à pressão do PFL, que cobra um tom mais duro contra o PT na campanha. "Tem dois ansiosos, estressados: os jornalistas e os políticos." O discurso segue a orientação do comando da campanha para que o resultado da pesquisa seja repercutido como o início de um crescimento, alavancado pela primeira semana de propaganda no rádio e na TV. "Pode escrever aí, estarei no segundo turno e então o candidato Lula não vai ter como fugir do contraditório", disse o tucano. "Tivemos três programas [na TV], primeiro você muda a [pesquisa] qualitativa, depois, a quantitativa", completou, em alusão à sondagem feita pelo PSDB anteontem, após seu programa de TV, que apontou o melhor resultado até agora. De acordo com a última pesquisa Datafolha, Alckmin oscilou de 24% para 25%. A diferença para o presidente Lula, entretanto, cresceu para 24 pontos percentuais, o que asseguraria a vitória deste no primeiro turno -Lula tem 49%. O desempenho do tucano, no entanto, não agradou à ala pefelista. Nos bastidores, aumentaram as críticas de que a estratégia do responsável pela comunicação da campanha, Luiz Gonzalez, não dá resultado. O PFL reclama que o mensalão não é lembrado na TV. Questionado sobre a pressão dos aliados, Alckmin saiu em defesa da linha escolhida. "A campanha não pode ser errática, ela tem lógica, caminho, coerência, verdade", disse. O tucano também se reuniu ontem em Brasília com o coordenador da campanha, Sérgio Guerra (PSDB-PE), para discutir a falta de apoio dos candidatos nos Estados, outro tema que tem gerado turbulências. Mesmo com a exigência da direção do PSDB, poucos candidatos a governador do partido pediram voto a Alckmin na TV. Ontem, por exemplo, o governador Lúcio Alcântara (PSDB-CE), que abriu uma crise ao exibir imagens do presidente Lula, voltou a ignorar Alckmin em seu programa. Incomodado, o presidenciável tucano desconversou: "As campanhas estaduais não podem fazer campanha nacional, há uma impossibilidade jurídica, seria invasão". Em contrapartida, Alckmin disparou ataques contra a campanha do presidente Lula na TV. Segundo ele, o petista tem exibido imagens e explorado a construção de obra e projetos que não saíram do papel. O PSDB e o PFL analisam se cabe ação por propaganda enganosa do PT na Justiça Eleitoral. "Ele [Lula] vive em um mundo virtual, onde tudo é maravilhoso. Diz que a saúde no Brasil está chegando à perfeição. Ele nunca foi a uma Santa Casa, à emergência do SUS, a um ambulatório de hospital público." Texto Anterior: Eleições 2006/Presidência: Pressionado, marqueteiro do PSDB resiste a atacar Lula Próximo Texto: Justiça: Duda e Marcello Alencar viram réus por desvio de recursos Índice |
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