São Paulo, quarta-feira, 24 de outubro de 2007

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Depois de mortes, sem-terra fecham acesso à fazenda

JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CASCAVEL

Após o conflito com seguranças que deixou dois mortos, os trabalhadores sem-terra montaram quase uma operação de guerra para isolar a fazenda experimental da empresa Syngenta Seeds, em Santa Teresa do Oeste (540 Km de Curitiba), invadida por eles no último domingo.
Arame farpado e quatro correntes protegem a fechadura do portão principal. Grupos de 20 trabalhadores fazem rondas ininterruptas pelos 127 hectares da propriedade.
Ninguém que não seja ligado ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ou à Via Campesina entra no local. A Folha esteve ontem na entrada da fazenda, onde as marcas do tiroteio são visíveis. Nas grades do portão estão ao menos dez buracos de bala, além de duas bandeiras do MST penduradas. As janelas das guaritas foram despedaçadas. Dentro da guarita há sangue seco no chão e mais marca de tiros na parede.
O líder dos sem-terra Valmir Mota de Oliveira, conhecido como Keno, 32, e o segurança que trabalhava na Syngenta, Fábio Ferreira, 25, morreram. Oito pessoas ficaram feridas.
"Conhecemos nossos inimigos. Podemos ser atacados a qualquer hora", disse Brizola, que preferiu não dar o nome completo. Vestindo um colete camuflado, parecido com o usado pelo Exército, ele disse que estava na guarita no momento do tiroteio.


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