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Depois de mortes, sem-terra fecham acesso à fazenda
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CASCAVEL
Após o conflito com seguranças que deixou dois mortos, os
trabalhadores sem-terra montaram quase uma operação de
guerra para isolar a fazenda experimental da empresa
Syngenta Seeds, em Santa Teresa do Oeste (540 Km de Curitiba), invadida por eles no último domingo.
Arame farpado e quatro correntes protegem a fechadura
do portão principal. Grupos de
20 trabalhadores fazem rondas
ininterruptas pelos 127 hectares da propriedade.
Ninguém que não seja ligado
ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)
ou à Via Campesina entra no local. A Folha esteve ontem na
entrada da fazenda, onde as
marcas do tiroteio são visíveis.
Nas grades do portão estão ao
menos dez buracos de bala,
além de duas bandeiras do
MST penduradas. As janelas
das guaritas foram despedaçadas. Dentro da guarita há sangue seco no chão e mais marca
de tiros na parede.
O líder dos sem-terra Valmir
Mota de Oliveira, conhecido
como Keno, 32, e o segurança
que trabalhava na Syngenta,
Fábio Ferreira, 25, morreram.
Oito pessoas ficaram feridas.
"Conhecemos nossos inimigos. Podemos ser atacados a
qualquer hora", disse Brizola,
que preferiu não dar o nome
completo. Vestindo um colete
camuflado, parecido com o
usado pelo Exército, ele disse
que estava na guarita no momento do tiroteio.
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