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Dilma repete Lula e admite ter palanques do PT e PMDB
Ministra, pré-candidata do PT ao Planalto, diz que impor aliança não é democrático
Petistas divulgaram ontem à noite dados da apuração que apontam vitória em 1º turno de José Eduardo Dutra para presidir o partido em 2010
DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, repetiu ontem a constatação já feita pelo
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva sobre a dificuldade de repetir nos Estados a aliança nacional do PT com o PMDB e admitiu que não é democrático
impor pactos "lá de cima".
As afirmações de Lula e Dilma vêm no momento em que o
PT define os novos dirigentes
partidários nacionais e estaduais, o que torna as divergências regionais mais visíveis. A
apuração ontem à noite indicava vitória em primeiro turno do
ex-presidente da Petrobras e da
BR Distribuidora José Eduardo
Dutra para presidir o partido.
"Não é possível querer defender uma coisa que está na cabeça da gente e querer que a realidade se enquadre. É o inverso",
disse a ministra -provável candidata do PT à Presidência-,
em Florianópolis. No domingo,
Lula declarou não ter mais "ilusão" de que a aliança será possível em alguns Estados e admitiu a existência de "dois ou
mais" palanques para Dilma
onde houver divergências.
Apesar da pressão da cúpula
petista e de Lula para que o PT
faça concessões ao PMDB e
preserve a candidatura de Dilma, a tese do projeto nacional
não vingou no Rio de Janeiro,
Minas Gerais, Mato Grosso do
Sul, Rondônia e Piauí. No geral,
no entanto, a estratégia de Lula
conseguiu sair vitoriosa.
"Não é possível impor um
modelo único [...] A diversidade
do país é muito grande, e as características regionais, diferentes. Vem alguém lá de cima a ditar regra? Aí não dá, não é democrático", disse a ministra.
Dilma ponderou que somente em fevereiro o PT oficializará as decisões sobre a sucessão.
"Não cabe a mim dizer como
vai ser resolvido o conflito local
entre partidos [...] Se for inviável o acordo [PT e PMDB], que
se façam dois palanques, nos
termos que o presidente estava
falando ontem [anteontem]."
Resultado da eleição
No plano nacional, líderes do
partido divulgaram às 22h de
ontem extraoficialmente quadro que apontava a vitória de
Dutra no primeiro turno, com
56% dos votos válidos, com cerca de 80% do total apurado.
No Estado de São Paulo, Edinho Silva foi reeleito com quase
90%. Na cidade de São Paulo,
foi eleito com cerca de 65% o
vereador Antonio Donato.
Autodeclarado candidato do
PT ao governo do Rio, o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg
Farias, festejou o resultado da
eleição do diretório estadual.
A apuração não foi fechada,
mas a tendência é que o deputado federal Luiz Sérgio, favorável à reeleição do governador
Sérgio Cabral Filho (PMDB),
dispute o segundo turno com
Lourival Casula, que defende a
candidatura própria do PT.
Em Minas, a apuração até
ontem indicava vantagem de 12
pontos percentuais para o grupo do ex-prefeito Fernando Pimentel, contra o candidato
apoiado pelo ministro Patrus
Ananias (Desenvolvimento Social). Patrus e Pimentel são pré-candidatos ao governo, mas Lula quer aliança com o ministro
Hélio Costa (Comunicações).
Pimentel resiste à aliança.
Em Mato Grosso do Sul, a tese da candidatura própria ganhou força com a eleição de
apoiadores do projeto de candidatura do ex-governador Zeca
do PT. Em Rondônia e no Piauí,
também venceram os defensores de candidaturas próprias.
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