São Paulo, quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

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Audiência nos EUA do casal da Renascer é prorrogada

Juiz acatou adiamento para a próxima segunda-feira

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
ENVIADO ESPECIAL A MIAMI

Um pedido da procuradoria adiou para segunda-feira, às 10h (13h em Brasília), a primeira audiência dos líderes da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, Estevam e Sonia Hernandes, na Justiça americana, antes prevista para ontem.
Apesar de ter se reunido no dia anterior, o júri popular ainda não decidiu se indicia o casal, pelas acusações de contrabando de dinheiro e depoimento falso à polícia, devido ao grande volume de processos.
Pelo sistema processual americano, a procuradoria tem até 20 dias a partir do flagrante para conseguir o indiciamento dos suspeitos. O casal foi preso no último dia 9 com US$ 56,5 mil não declarados à alfândega, e supostamente mentiu sobre a existência do valor.
Sob liberdade condicional, o casal não apareceu no tribunal. A advogada Susan van Dusen, que representa a bispa, justificou a ausência dos dois e explicou o pedido da procuradoria ao juiz Patrick A. White, que concordou com o adiamento.
O indiciamento pelo júri popular nos EUA equivale ao juiz aceitar ou não a denúncia do Ministério Público no Brasil. Vinte e cinco jurados ouvem a versão do agente que flagrou o suposto crime. Não há participação dos advogados de defesa. O juiz pergunta se há evidências de que o delito tenha ocorrido. O júri responde individualmente "sim" ou "não".
Impedidos de deixar Miami, os Hernandes estão em uma mansão avaliada em US$ 1 milhão em Boca Ratón.
Segundo Barbara González, porta-voz do serviço de controle de imigração e aduanas em Miami, o casal está sob "vigilância intensiva". Ela diz não poder confirmar o sistema de monitoramento eletrônico porque os termos da liberdade condicional são sigilosos.
Luiz Flávio Borges D'Urso, advogado de Estevam e de Sonia no Brasil, afirmou que o adiamento está ligado "à falta de convicção do promotor americano sobre o crime que teria sido cometido pelo casal".
Desde o dia da prisão do casal, D'Urso argumenta que seus clientes foram vítimas de um equívoco, que não tiveram a intenção de sonegar valores.


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