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Líderes discutirão reação a ataques
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As críticas do presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT), à
suposta falta de articulação governista no Congresso surtiram o
primeiro efeito: o governo reúne
extraordinariamente na sexta-feira toda a liderança legislativa para
preparar um "planejamento de
fôlego" para os trabalhos da Câmara e do Senado.
A decisão foi tomada em reunião ontem à noite entre o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, os senadores Aloizio Mercadante (PT-SP), líder do governo
no Senado, e Tião Viana (AC), líder do PT, e os deputados Aldo
Rebelo (PC do B-SP), líder do governo na Câmara, e Nelson Pellegrino (BA), líder do PT.
De acordo com Rebelo, o objetivo é traçar, na medida do possível,
um cronograma de consenso entre a base aliada e a oposição, o
que seria uma forma de se evitar
exemplos ocorridos nas últimas
sessões, quando a falta de entendimentos levou a obstruções e
adiamento de votações.
"Vou ouvir a base aliada do governo, vou ouvir os líderes da
oposição, como o José Carlos Aleluia [PFL-BA] e o Jutahy Júnior
[PSDB-BA], para me embasar para a reunião", disse o deputado.
Tanto Rebelo quando Pellegrino disseram que as declarações de
João Paulo são coisa do passado e
que, agora, a ordem é olhar para a
frente e tentar agir de forma coesa. "Eu e o Aldo estamos conversando com o João para afinar o
discurso e o objetivo é unir as forças", afirmou Pellegrino.
Na reunião de ontem, ficou definido também que os quatro parlamentares vão se reunir hoje
com o senador Jefferson Peres
(PDT-AM), relator no Senado da
Proposta de Emenda à Constituição que trata, entre outras coisas,
da autonomia do Banco Central.
A PEC foi a forma que o governo encontrou para acelerar a tramitação de outra PEC, de autoria
do deputado federal Virgílio Guimarães (PT-MG), considerada de
mais fácil aprovação. A jogada foi
anexar a PEC de Virgílio (nova) à
relatada por Peres (que já foi
aprovada no Senado e hoje está na
pauta da Câmara) sob o argumento de que tratam do mesmo
assunto. A idéia da reunião com
Peres é encontrar um meio-termo
entre as duas propostas para facilitar a aprovação no plenário.
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