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São Paulo, terça-feira, 25 de março de 2003

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Nota do PT gaúcho critica governo

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O PT do Rio Grande do Sul aprovou no último fim de semana uma resolução em que oficializa uma série de críticas ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Dentre as principais críticas, está a discordância em relação à eventual autonomia do Banco Central e à possibilidade de privatização de bancos estaduais.
A resolução pede também a modificação do modelo econômico, "dando sinais à população de que mudanças futuras deverão ocorrer".
"Está na hora de darmos um sinal para a população de que o nosso governo é um governo de mudanças", declarou o presidente do diretório petista, David Stival, que integra a tendência Articulação de Esquerda -forte no Rio Grande do Sul e tradicionalmente vinculada ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).

Soberania
Especificamente a respeito do Banco Central, Stival afirmou: "Trata-se de uma questão de soberania nacional, é o BC quem define os rumos econômicos".
As principais tendências petistas no Rio Grande do Sul são a Articulação de Esquerda, a DS (Democracia Socialista) e o PT Amplo e Democrático.
A Democracia Socialista foi a mais forte facção no governo do atual ministro das Cidades, Olívio Dutra (1999 a 2002). Dela faz parte o deputado estadual e ex-prefeito de Porto Alegre Raul Pont.
"Não podemos abrir mão do controle do governo sobre o Banco Central. Se estamos sendo pressionados, temos de reagir", afirmou Pont.
O secretário especial de Desenvolvimento Econômico e Social, Tarso Genro, foi a voz do governo no encontro. Depois de o evento ter se encerrado, o secretário definiu as cobranças em relação ao governo como apenas "algumas divergências".
Quanto aos bancos estaduais, o diretório gaúcho do PT quer a adoção de uma política de recuperação para a sua utilização como instrumento de desenvolvimento econômico e social nos Estados e municípios.
Hoje são quatro os bancos estaduais federalizados que estão em processo de privatização: o de Santa Catarina (Besc), o do Piauí (BEP), o do Maranhão (BEM) e o do Ceará (BEC).
A Democracia Socialista distribuiu ainda um documento com críticas à política econômica do governo federal. "Uma série de medidas econômicas do novo governo vem expressando uma preocupante continuidade da política econômica derrotada", diz nota da tendência. "O PT sempre foi contrário à autonomia do Banco Central."


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