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Nota do PT gaúcho critica governo
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O PT do Rio Grande do Sul
aprovou no último fim de semana
uma resolução em que oficializa
uma série de críticas ao governo
de Luiz Inácio Lula da Silva.
Dentre as principais críticas, está a discordância em relação à
eventual autonomia do Banco
Central e à possibilidade de privatização de bancos estaduais.
A resolução pede também a
modificação do modelo econômico, "dando sinais à população de
que mudanças futuras deverão
ocorrer".
"Está na hora de darmos um sinal para a população de que o
nosso governo é um governo de
mudanças", declarou o presidente do diretório petista, David Stival, que integra a tendência Articulação de Esquerda -forte no
Rio Grande do Sul e tradicionalmente vinculada ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra).
Soberania
Especificamente a respeito do
Banco Central, Stival afirmou:
"Trata-se de uma questão de soberania nacional, é o BC quem define os rumos econômicos".
As principais tendências petistas no Rio Grande do Sul são a Articulação de Esquerda, a DS (Democracia Socialista) e o PT Amplo e Democrático.
A Democracia Socialista foi a
mais forte facção no governo do
atual ministro das Cidades, Olívio
Dutra (1999 a 2002). Dela faz parte
o deputado estadual e ex-prefeito
de Porto Alegre Raul Pont.
"Não podemos abrir mão do
controle do governo sobre o Banco Central. Se estamos sendo
pressionados, temos de reagir",
afirmou Pont.
O secretário especial de Desenvolvimento Econômico e Social,
Tarso Genro, foi a voz do governo
no encontro. Depois de o evento
ter se encerrado, o secretário definiu as cobranças em relação ao
governo como apenas "algumas
divergências".
Quanto aos bancos estaduais, o
diretório gaúcho do PT quer a
adoção de uma política de recuperação para a sua utilização como instrumento de desenvolvimento econômico e social nos Estados e municípios.
Hoje são quatro os bancos estaduais federalizados que estão em
processo de privatização: o de
Santa Catarina (Besc), o do Piauí
(BEP), o do Maranhão (BEM) e o
do Ceará (BEC).
A Democracia Socialista distribuiu ainda um documento com
críticas à política econômica do
governo federal. "Uma série de
medidas econômicas do novo governo vem expressando uma
preocupante continuidade da política econômica derrotada", diz
nota da tendência. "O PT sempre
foi contrário à autonomia do Banco Central."
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