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São Paulo, terça-feira, 25 de março de 2003

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Dirceu vai conduzir negociação com PMDB

RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu afastar o PT e concentrar nas mãos do chefe da Casa Civil, José Dirceu, a negociação para assegurar o apoio e incorporar o PMDB à base de sustentação do governo no Congresso.
Para Lula, essa é uma decisão de governo e por isso deve ser encaminhada pelo Planalto. O presidente costuma citar o episódio da escolha do candidato a vice José Alencar (PL) na eleição, bancada por ele e por Dirceu apesar da resistência de setores do PT.
A orientação de Lula é para Dirceu fazer o que for necessário para concluir o acordo com o PMDB. Mesmo que isso deixe descontentes setores do PT. A determinação do presidente não passa pela entrega imediata de um ministério para o partido.
É a primeira vez que Lula faz uma distinção clara entre os interesses do governo e do PT, o que pode ser visto também como uma tentativa de por ordem na coordenação política do Planalto. Ontem mesmo Dirceu esteve em Florianópolis (SC) para uma reunião com os três governadores do PMDB da região Sul
Até agora, o presidente do PT, José Genoino, e o secretário de Organização do partido, Sílvio Pereira, eram figuras-chaves nas reuniões para dirimir pendências com o PMDB. Pereira é quem conduz as articulações para o preenchimento dos cargos federais nos Estados.
Na avaliação de Lula, por ser o presidente do partido, a tendência de Genoino será sempre em favor do PT. Já o acordo com o PMDB, na visão do presidente, é um assunto de governo, interessado na formação de uma maioria sólida no Congresso, que transcenderia a questão partidária.
Dirceu sempre defendeu o entendimento com o PMDB e chegou a firmar um acordo preliminar com o partido em dezembro de 2002. Na ocasião, foi desautorizado por Lula. Na versão do Planalto, porque o PMDB estava dividido; para peemedebistas, porque teve de ceder a pressões do PT gaúcho por mais espaço no governo federal.
Ontem Dirceu obteve dos governadores Germano Rigotto (RS), Luiz Henrique (SC) e Roberto Requião (PR) nota de apoio incondicional às reformas. Aproveitou a ida a Florianópolis para enquadrar o PT local, que ameaça fazer oposição a Henrique.


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