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Dirceu vai conduzir negociação com PMDB
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva decidiu afastar o PT e concentrar nas mãos do chefe da Casa
Civil, José Dirceu, a negociação
para assegurar o apoio e incorporar o PMDB à base de sustentação
do governo no Congresso.
Para Lula, essa é uma decisão de
governo e por isso deve ser encaminhada pelo Planalto. O presidente costuma citar o episódio da
escolha do candidato a vice José
Alencar (PL) na eleição, bancada
por ele e por Dirceu apesar da resistência de setores do PT.
A orientação de Lula é para Dirceu fazer o que for necessário para
concluir o acordo com o PMDB.
Mesmo que isso deixe descontentes setores do PT. A determinação
do presidente não passa pela entrega imediata de um ministério
para o partido.
É a primeira vez que Lula faz
uma distinção clara entre os interesses do governo e do PT, o que
pode ser visto também como uma
tentativa de por ordem na coordenação política do Planalto. Ontem mesmo Dirceu esteve em Florianópolis (SC) para uma reunião
com os três governadores do
PMDB da região Sul
Até agora, o presidente do PT,
José Genoino, e o secretário de
Organização do partido, Sílvio
Pereira, eram figuras-chaves nas
reuniões para dirimir pendências
com o PMDB. Pereira é quem
conduz as articulações para o
preenchimento dos cargos federais nos Estados.
Na avaliação de Lula, por ser o
presidente do partido, a tendência
de Genoino será sempre em favor
do PT. Já o acordo com o PMDB,
na visão do presidente, é um assunto de governo, interessado na
formação de uma maioria sólida
no Congresso, que transcenderia
a questão partidária.
Dirceu sempre defendeu o entendimento com o PMDB e chegou a firmar um acordo preliminar com o partido em dezembro
de 2002. Na ocasião, foi desautorizado por Lula. Na versão do Planalto, porque o PMDB estava dividido; para peemedebistas, porque teve de ceder a pressões do PT
gaúcho por mais espaço no governo federal.
Ontem Dirceu obteve dos governadores Germano Rigotto
(RS), Luiz Henrique (SC) e Roberto Requião (PR) nota de apoio
incondicional às reformas. Aproveitou a ida a Florianópolis para
enquadrar o PT local, que ameaça
fazer oposição a Henrique.
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