São Paulo, terça-feira, 25 de março de 2003 |
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CONTRA-ATAQUE Em visita à Volkswagen, presidente sugere que adversários querem vê-lo fracassar e defende ritmo de reformas Lula diz que críticos esperam sua "trombada"
JULIA DUAILIBI
Para se defender das críticas de
morosidade e desarticulação política de seu governo, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva atacou
ontem seus opositores e subiu o
tom das declarações ao dizer que
os adversários esperam dele uma
"trombada" no poder. CRÍTICAS - "Tem gente apressada demais. Tem gente que passou
20 anos no poder, tem gente que
está no poder desde que Cabral
descobriu o Brasil e não fez o que
tinha que ser feito. Agora, eles
querem que com setenta e poucos
dias a gente já tenha resolvido o
problema. Não vai ser no tempo
deles, vai ser no nosso tempo." PAZ E AMOR - "Quem sabe eles
[os críticos" estejam esperando
que eu venha dar alguma trombada para poder dizer: "Está vendo,
o Lula é nervoso, é precipitado, ele
não dá certo". Eles não percebem
que eu ainda continuo na base do
Lula paz e amor. Nada vai me deixar nervoso, nada." LOBBY PAULISTA- "Nós vamos
poder ter a certeza de que o governador vai fazer, junto com o governo federal, as obras que forem
necessárias para facilitar a produção e a exportação dos carros. São
Bernardo do Campos não é uma
terra que apenas produz carros.
Pode trazer qualquer carro que
esse pessoal aqui vai dar conta do
recado e produzir melhor do que
em qualquer outro lugar [ao defender a instalação no Brasil de
uma fábrica de produção de veículos da Volkswagen para exportação]." REFORMA TRIBUTÁRIA - "Queremos a reforma tributária para fazer justiça social no nosso país.
Hoje, na verdade, quem paga
mais imposto no Brasil é quem recebe contracheque no final do
mês. Nós continuamos achando
que não é justo pesar na classe
média e na classe operária a grande tributação deste país. É por isso
que nós queremos fazer uma reforma tributária para garantir que
quem ganhe mais, pague mais" REFORMA DA PREVIDÊNCIA - "É
preciso ter claro que os trabalhadores da iniciativa privada não
vão ter grandes mudanças na Previdência. Mas a reforma também
é para fazer justiça social. Nós temos 19 milhões de pessoas que
gastam da Previdência R$ 17 bilhões. Na outra ponta, nós temos
900 mil pessoas que gastam R$ 23
bilhões. Não é possível que você
tenha a grande maioria do povo
brasileiro ganhando um salário
pequeno e uma minoria ganhando um salário muito alto. Daqui a
15 anos, nenhum Estado, nenhuma prefeitura e nem o governo federal poderão arcar com seus
compromissos." SALÁRIO MÍNIMO - "Eu não quero que vocês esqueçam nenhum
compromisso que eu tenha assumido historicamente na minha
vida. Eu tenho dito que a gente vai
dobrar o poder aquisitivo do salário mínimo em quatro anos." HISTÓRIA - "Não é possível que,
agora que eu ganhei as eleições, eu
me esqueça de vir até a porta da
fábrica. Tenho consciência de cada passo, de cada coisa. A minha
vitória significa a vitória da história da própria classe trabalhadora
brasileira. Não posso esquecer
que a minha inteligência não é
minha inteligência, é o resultado
da consciência política de vocês." REVÓLVER - "Aqui cada trabalhador dá uma hora por ano para
recuperar jovens. Eu queria que
exemplos como esses de vocês
pudessem ser seguidos por outras
empresas, por outros trabalhadores porque cada um que a gente tirar da rua é um revólver a menos
na nossa cabeça no final de semana ou na sexta-feira à noite." PASSADO - "Voltar a esta fábrica
como presidente da República
não é pouca coisa para mim nem
para vocês. Vocês sabem o que
nós passamos aqui na década de
70. Hoje está tudo maravilhoso,
mas houve tempo em que a gente
nem podia fazer uma assembleinha na porta da Volkswagen." |
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