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Lista do desmate na Amazônia tem mais sete cidades
Agora são 43 os municípios que estão proibidos de fazer
novos desmatamentos e terão de recadastrar fazendas
Três cidades de Mato Grosso
desmataram menos, mas
seguem na lista por não
terem recadastramento
de imóveis já concluído
HUDSON CORRÊA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério do Meio Ambiente ampliou ontem de 36
para 43 o número de municípios incluídos na lista dos que
mais desmatam na Amazônia,
respondendo por 55,6% do que
foi devastado em 2008.
Na prática, a inclusão na lista
significa a proibição de novos
desmatamentos, mesmo os
permitidos por lei, ou seja, em
até 20% da propriedade, além
do recadastramento das fazendas e aumento na fiscalização.
A lista inicial com 36 municípios foi estabelecida no início
de 2008, em reação ao aumento
do desmatamento, e a atualização está prevista a cada ano.
Ontem ficou estabelecido
que só cidades com devastação
anual de até 4.000 hectares, o
equivalente a 25 vezes o parque
Ibirapuera em São Paulo, poderão deixar a lista. Esse critério
permitiria a exclusão de Alta
Floresta, Porto dos Gaúchos e
Nova Maringá, em Mato Grosso, mas as cidades continuam
incluídas por não terem concluído o recadastramento de
imóveis -exigência que podem
cumprir dentro de dois meses.
Entre os que entraram na lista, o ministro Carlos Minc
(Meio Ambiente) citou como
novos líderes do desmatamento Marabá, Pacajá e Itupiranga,
no Pará, mas não soube explicar por que o desmate cresceu.
Em Marabá, por exemplo, a
devastação passou de 15,5 mil
hectares em 2007 para 33,8 mil
em 2008. A prefeitura reconheceu os casos de desmatamento,
mas ponderou que o combate à
destruição da floresta amazônica é de responsabilidade dos
governos federal e estadual.
Também ingressaram na lista ontem Mucajaí (RR), Feliz
Natal (MT), Tailândia (PA) e
Amarante do Maranhão (MA).
A devastação em Mucajaí saltou de 6.100 hectares em 2007
para 21,6 mil hectares em 2008.
O ministro afirmou acreditar
que a devastação em Roraima
esteja ocorrendo em assentamentos rurais.
O município de Tailândia entrou para a lista apesar de ter sido o principal alvo da Operação
Arco de Fogo, de combate ao
desmatamento, realizada pelo
Ibama e pela Polícia Federal
em fevereiro de 2008.
"Incluir Tailândia é jogo para
a mídia. O governo não apresenta política pública para regularização fundiária do município e incentivo para preservação da floresta em pé", afirmou
o secretário municipal do Meio
Ambiente de Tailândia, Josefran da Silva Almeida. A Folha
não conseguiu falar com os outros cinco municípios.
Leia a lista das 43 cidades
www.folha.com.br/090835
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