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ACM pede
CPI hoje
em discurso
da Sucursal de Brasília
O presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA), pedirá formalmente hoje pela manhã a abertura de CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar casos de corrupção e nepotismo no Poder Judiciário.
Aos que têm cobrado um fato determinado para apoiar a CPI do Judiciário, ACM dirá que estão fugindo do mérito do problema. Ontem, o senador disse que as pessoas
que têm enviado denúncias e documentos a ele não serão "decepcionadas".
"Faremos um trabalho digno, à
altura da construção de uma nova
estrutura judiciária no Brasil."
Ontem, ao comentar a CPI proposta por ACM, o ministro da Justiça, Renan Calheiros, disse que "a
confrontação dos Poderes poderá
ser um filme com fim trágico".
"É necessário fazer a reforma do
Poder Judiciário, mas não sei até
que ponto a CPI vai colaborar com
essa reforma", disse o ministro durante visita à Câmara.
Para ele, a CPI poderá criar confronto do Legislativo com o Judiciário, sem resolver os problemas
dos serviços da Justiça. "Desconheço a robustez das denúncias",
afirmou Calheiros.
Em discurso que preenche 25 páginas, ACM vai citar, por exemplo,
denúncia de que a construção de
foro trabalhista de São Paulo custou R$ 230 milhões.
Contará também que um trabalhador que não chegou a acordo
em junta de conciliação nesta semana terá de esperar até 2001 para
nova audiência e falará de indenizações milionárias, como o caso de
uma pessoa que pediu R$ 1 milhão
e o processo acabou resultando em
cerca de R$ 20 milhões após acordo entre juiz e advogado.
O senador dirá também que em
Alagoas a situação é tão séria que
para preencher um cargo no Tribunal de Justiça do Estado é requerido do candidato apenas "curso
superior incompleto".
O senador não deverá incluir, no
entanto, as denúncias que recebeu
cujas provas são baseadas em conversas telefônicas gravadas clandestinamente -o que é ilegal.
O requerimento pedindo a abertura de CPI será apresentado logo
após o discurso. Embora não tenha
recolhido ainda nenhuma das 27
assinaturas necessárias, ACM espera contar com o apoio de pelo
menos 40 dos 81 senadores.
Os três maiores partidos do Senado -PFL, PMDB e PSDB- decidiram aguardar a apresentação
das denúncias por ACM antes de
tomar posição sobre a CPI.
O assunto foi discutido pelas
bancadas, que se reuniram separadamente na terça-feira, mas não
conseguiram decidir pelo apoio ou
não à CPI.
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