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Críticos apontam risco de perda de mercado
DA SUCURSAL DO RIO
Se acabar com a Tarifa Externa Comum do Mercosul, que é
pautada pelas tarifas brasileiras, o Brasil perderá mercado
para outros países, como a China, nos três vizinhos do bloco
-e principalmente na Argentina, seu terceiro maior parceiro
comercial.
Além disso, a ideia de que sozinho será mais fácil negociar
acordos corre o risco de ser
frustada pelo protecionismo
agrícola de grandes mercados,
como EUA e Europa, e pela
abertura que teria que ser feita
no setor industrial brasileiro,
bastante protegido.
Esses são alguns dos argumentos dos que criticam a proposta de José Serra (PSDB).
Seus defensores dizem que
ela criaria regras mais estáveis
no Mercosul -hoje nem união
aduaneira nem zona de livre
comércio perfeitas- e que liberaria o país para ousar mais,
driblando o descompasso entre
as políticas econômicas brasileira e argentina.
Em estudo de 2007, o embaixador Rubens Barbosa, presidente do Conselho de Comércio Exterior da Fiesp, afirma
que é possível "flexibilizar" o
Mercosul sem o custo político
de mexer nos tratados fundadores do bloco.
Ele sugere mudar a resolução
32, aprovada em 2000, que veta
a negociação individual de tratados com terceiros -exceto os
membros da Aladi (Associação
Latino-Americana de Integração), com os quais já havia acordos de preferências tarifárias
antes do Mercosul.
Diretora do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento, Sandra Polónia Rios
concorda em que, formalmente, revogar a resolução 32 bastaria. Mas o espírito dos tratados seria afetado. "Quebra-se a
ideia de que juntos teremos
maior poder de barganha. É difícil politicamente porque é reconhecer o fracasso dessa tentativa de integração profunda."
Ela diz que a mudança poderia criar mais incerteza entre os
agentes externos. A União Europeia, por exemplo, tem mandato para negociar com o Mercosul -se for só com o Brasil,
terá que haver nova decisão dos
europeus. Para Rios, o Brasil
deve abrir mais seus mercados
aos vizinhos sul-americanos,
que concentram a demanda
por seus produtos industriais, a
fim de obter contrapartidas em
avanço comercial.
(CA)
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