São Paulo, terça-feira, 25 de maio de 2004

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Evento sobre pobreza exclui Fome Zero

DO ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai abrir amanhã, em Xangai, na China, uma conferência promovida pelo Banco Mundial para discutir formas de combate à pobreza no mundo. No evento, a instituição pretende apresentar cem casos bem sucedidos de combate à miséria no mundo. O programa Fome Zero não foi incluído na lista selecionada pelo banco.
O presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn, e o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, também deverão participar do encontro. Serão apresentados quatro casos brasileiros de sucesso no combate à miséria. Entre eles, um projeto de reforma agrária na Bahia.
Embora não inclua o Fome Zero na lista de experiências de sucesso no combate à miséria, Wolfensohn deverá reafirmar o interesse do Banco Mundial em participar do Bolsa-Família. Esse programa unificou mecanismos de transferência de renda, entre os quais o Cartão-Alimentação, uma das iniciativas do Fome Zero.

Apoio do banco
O diretor-executivo do Banco Mundial para o Brasil e outros países da América Latina, Otaviano Canuto, afirmou que o Fome Zero não foi incluído no programa, entre outras razões, pelo fato de não ter havido envolvimento do Banco Mundial até agora. Ele admitiu, no entanto, que, entre os cem escolhidos, houve alguns programas que não contaram com o apoio do banco.
De qualquer forma, Canuto disse que, a pedido de Palocci e com o apoio do representante da França no banco, Pierre Duquesne, pediu ao staff do Banco Mundial que seja produzido um levantamento dos programas de combate à fome no mundo, incluindo o Fome Zero. O objetivo do estudo é de dar subsídios ao Brasil para aprimorar o programa.

Securitização
Um dos pontos importantes da conferência de Xangai do Banco Mundial, segundo Canuto, deverá ser a discussão da proposta apresentada recentemente pelo Reino Unido de criação de um fundo de securitização de combate à pobreza lastreado nos investimentos futuros feitos pelos países desenvolvidos para ajuda aos países necessitados. A idéia é o fundo lançar títulos para captar recursos lastreados no dinheiro que os países desenvolvidos transferem para os mais pobres. O fundo foi lançado a partir da constatação de que será praticamente impossível atingir as metas sociais definidas pela Conferência de Monterrey, em 2000, no México. (GB)


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