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Evento sobre pobreza exclui Fome Zero
DO ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva vai abrir amanhã, em
Xangai, na China, uma conferência promovida pelo Banco Mundial para discutir formas de combate à pobreza no mundo. No
evento, a instituição pretende
apresentar cem casos bem sucedidos de combate à miséria no
mundo. O programa Fome Zero
não foi incluído na lista selecionada pelo banco.
O presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn, e o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, também deverão participar do encontro. Serão apresentados quatro casos brasileiros de sucesso no combate à miséria. Entre
eles, um projeto de reforma agrária na Bahia.
Embora não inclua o Fome Zero
na lista de experiências de sucesso
no combate à miséria, Wolfensohn deverá reafirmar o interesse
do Banco Mundial em participar
do Bolsa-Família. Esse programa
unificou mecanismos de transferência de renda, entre os quais o
Cartão-Alimentação, uma das
iniciativas do Fome Zero.
Apoio do banco
O diretor-executivo do Banco
Mundial para o Brasil e outros
países da América Latina, Otaviano Canuto, afirmou que o Fome
Zero não foi incluído no programa, entre outras razões, pelo fato
de não ter havido envolvimento
do Banco Mundial até agora. Ele
admitiu, no entanto, que, entre os
cem escolhidos, houve alguns
programas que não contaram
com o apoio do banco.
De qualquer forma, Canuto disse que, a pedido de Palocci e com
o apoio do representante da França no banco, Pierre Duquesne, pediu ao staff do Banco Mundial que
seja produzido um levantamento
dos programas de combate à fome no mundo, incluindo o Fome
Zero. O objetivo do estudo é de
dar subsídios ao Brasil para aprimorar o programa.
Securitização
Um dos pontos importantes da
conferência de Xangai do Banco
Mundial, segundo Canuto, deverá
ser a discussão da proposta apresentada recentemente pelo Reino
Unido de criação de um fundo de
securitização de combate à pobreza lastreado nos investimentos futuros feitos pelos países desenvolvidos para ajuda aos países necessitados. A idéia é o fundo lançar
títulos para captar recursos lastreados no dinheiro que os países
desenvolvidos transferem para os
mais pobres. O fundo foi lançado
a partir da constatação de que será praticamente impossível atingir as metas sociais definidas pela
Conferência de Monterrey, em
2000, no México.
(GB)
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