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TSE recomenda a desaprovação das contas do PT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A área técnica do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) recomendou no início de abril a desaprovação das contas do PT
relativas a 2006 sob o argumento de que o partido cometeu diversas irregularidades,
entre elas o recebimento de recursos de fonte vedada pela legislação, uso de dinheiro do
fundo partidário para gastos
não permitidos e divergência
ou ausência de comprovantes
de despesas.
O texto da Coepa (Coordenadoria de Exame das Contas
Eleitorais e Partidárias) foi elaborado por nove técnicos do
TSE e serve de embasamento
ao ministro que relata o processo, Marcelo Ribeiro.
Em 2006, o PT afirma ter
gasto R$ 19,4 milhões do fundo
partidário, sendo R$ 235 mil
com "aluguéis e condomínios".
Desse total, R$ 4.536,70 foram
destinados, de acordo com o
documento, para o pagamento
de taxas do apartamento 121,
usado pela família de Lula no
condomínio Hill House.
Em relação à doação recebida de fonte vedada pela legislação, os técnicos do tribunal
afirmam que o fato de o PT ter
devolvido em 2007 R$ 50 mil
que recebera de doação da empresa Rodrimar, concessionária de um porto seco em Ribeirão Preto, não o livra de ter as
contas rejeitadas.
A legislação proíbe que concessionárias de serviço público
façam doações a partidos ou
candidatos. "A restituição do
valor não afasta a violação", diz
o setor técnico, acrescentando
ainda que os R$ 50 mil deveriam ter sido recolhidos ao fundo partidário, não devolvidos à
empresa.
A análise da área técnica do
tribunal diz também ter encontrado divergências entre o balanço patrimonial do partido e
a prestação de contas, erros e
omissões nos balanços financeiro e patrimonial e notas fiscais em nome de terceiros.
Há também indicação de que
o partido usou recursos do fundo partidário para compra de
"vinhos, champanhe e cigarro".
O Coepa também aponta que
o PT transferiu recursos do
fundo partidário para outras
contas bancárias, o que dificultaria a fiscalização. "Os recursos financeiros se misturam",
diz o documento.
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