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memória
CPI investigou pagamento da dívida de Lula
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em 2003, foi lançada na
prestação de contas do PT o
pagamento de uma dívida de
Lula no valor de R$ 29,4 mil.
O compromisso se referia à
rescisão de contrato de trabalho do então recém-eleito
presidente com o partido.
O caso foi revelado durante os trabalhos da CPI dos
Bingos, em 2005, na esteira
do escândalo do mensalão.
Os integrantes da CPI suspeitavam que a origem dos
recursos usados para pagar a
dívida de Lula era a mesma
empregada para repassar dinheiro não-declarado aos
congressistas da base aliada
-o caixa dois do PT.
Na época, o presidente do
Sebrae, Paulo Okamotto (ex-tesoureiro do PT e amigo de
Lula), veio a público assumir
o pagamento da dívida do
presidente. Disse que tirou o
dinheiro do próprio bolso.
Os pagamentos foram feitos
em dinheiro vivo, por meio
de depósitos em nome de Lula, entre dezembro de 2003 e
março de 2004, em quatro
agências diferentes do Banco
do Brasil em São Paulo.
Sem apresentar extratos
de movimentações bancárias
que comprovassem saques
em suas contas em datas
compatíveis com os pagamentos, Okamotto não convenceu os membros da CPI.
Sem poder ter acesso aos
dados bancários de Okamotto, a CPI não aprofundou as
investigações, mas encerrou
seus trabalhos, em junho de
2006, com pedido de indiciamento do presidente do Sebrae -que foi reconduzido
ao cargo com pompa há pouco mais de um ano.
Com base nas conclusões
da CPI, a Polícia Federal instaurou inquérito para apurar
o caso. Okamotto está sob investigação por suposta prática de crime contra a ordem
tributária. Em caso de condenação, a lei prevê pena de
dois a cinco anos de prisão.
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