São Paulo, domingo, 25 de maio de 2008

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memória

CPI investigou pagamento da dívida de Lula

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em 2003, foi lançada na prestação de contas do PT o pagamento de uma dívida de Lula no valor de R$ 29,4 mil. O compromisso se referia à rescisão de contrato de trabalho do então recém-eleito presidente com o partido.
O caso foi revelado durante os trabalhos da CPI dos Bingos, em 2005, na esteira do escândalo do mensalão. Os integrantes da CPI suspeitavam que a origem dos recursos usados para pagar a dívida de Lula era a mesma empregada para repassar dinheiro não-declarado aos congressistas da base aliada -o caixa dois do PT.
Na época, o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto (ex-tesoureiro do PT e amigo de Lula), veio a público assumir o pagamento da dívida do presidente. Disse que tirou o dinheiro do próprio bolso. Os pagamentos foram feitos em dinheiro vivo, por meio de depósitos em nome de Lula, entre dezembro de 2003 e março de 2004, em quatro agências diferentes do Banco do Brasil em São Paulo.
Sem apresentar extratos de movimentações bancárias que comprovassem saques em suas contas em datas compatíveis com os pagamentos, Okamotto não convenceu os membros da CPI.
Sem poder ter acesso aos dados bancários de Okamotto, a CPI não aprofundou as investigações, mas encerrou seus trabalhos, em junho de 2006, com pedido de indiciamento do presidente do Sebrae -que foi reconduzido ao cargo com pompa há pouco mais de um ano.
Com base nas conclusões da CPI, a Polícia Federal instaurou inquérito para apurar o caso. Okamotto está sob investigação por suposta prática de crime contra a ordem tributária. Em caso de condenação, a lei prevê pena de dois a cinco anos de prisão.


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