São Paulo, quinta-feira, 25 de julho de 2002

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EVENTO FOLHA

Assessores de candidatos à Presidência participaram de debate

Educação da era FHC é alvo de crítica

DA REDAÇÃO

A política educacional do governo Fernando Henrique Cardoso foi o centro do debate entre os assessores para a área de educação dos quatro principais candidatos à Presidência da República, na última segunda-feira, no auditório da Folha, em São Paulo.
Participaram do evento, mediado pelo jornalista Oscar Pilagallo: Newton Lima, prefeito de São Carlos e assessor de Luiz Inácio Lula da Silva (PT); Carlos Maldonado, secretário de Educação de Cuiabá e assessor de Ciro Gomes (PPS); Guiomar Namo de Mello, diretora-executiva da Fundação Victor Civita e colaboradora da campanha de José Serra (PSDB); e César Callegari, deputado estadual pelo PSB-SP e coordenador da área de educação de Anthony Garotinho (PSB).
O debate marcou o lançamento do caderno "Sinapse", que circulou pela primeira vez na terça-feira e terá publicação mensal.
Na avaliação de Lima, em oito anos de governo FHC houve uma redução nos investimentos que agravou o "quadro dramático de insuficiência educacional" no país. "Nos primeiros quatro anos do governo FHC, houve uma redução de investimento per capita da ordem de 23%. Se investia R$ 72 por habitante em 94 e, em 98, R$ 57, afirmou.
Segundo o assessor de Lula, em países com Produto Interno Bruto semelhante ao brasileiro, como o Canadá, o investimento per capita em educação é nove vezes maior do que no Brasil.
Guiomar admitiu as dificuldades no setor educacional, mas afirmou que "nenhuma mudança ocorre da noite para o dia".
A colaboradora de Serra destacou o que considera avanços do governo FHC, como o comprometimento do governo com a Lei de Diretrizes e Bases e a criação do Fundef - fundo para educação implementado em todo o Brasil em 98, constituído de parte da arrecadação de impostos estaduais e municipais e complementado com verbas federais.
"Quem viveu como eu nos tempos em que a gente sequer sabia o quanto se gastava com aluno no Brasil, o Fundef representa hoje um mecanismo de gestão e de transparência até para que nós possamos verificar onde falta financiamento e propor avanços", afirmou Guiomar.
Para Maldonado, a forma como é constituído o Orçamento da União hoje é "demonstrativa do constrangimento da capacidade de investimento" no país.
O assessor de Ciro destacou a necessidade de uma reforma fiscal e tributária para que seja possível uma mudança. Callegari disse que a meta de um eventual governo Garotinho é aumentar os investimentos em educação dos atuais 5% para 7% do Orçamento.



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