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EVENTO FOLHA
Assessores de candidatos à Presidência participaram de debate
Educação da era FHC é alvo de crítica
DA REDAÇÃO
A política educacional do governo
Fernando Henrique Cardoso foi o
centro do debate
entre os assessores
para a área de educação dos quatro principais candidatos à Presidência da República, na última segunda-feira, no auditório da Folha, em São Paulo.
Participaram do evento, mediado pelo jornalista Oscar Pilagallo:
Newton Lima, prefeito de São
Carlos e assessor de Luiz Inácio
Lula da Silva (PT); Carlos Maldonado, secretário de Educação de
Cuiabá e assessor de Ciro Gomes
(PPS); Guiomar Namo de Mello,
diretora-executiva da Fundação
Victor Civita e colaboradora da
campanha de José Serra (PSDB); e
César Callegari, deputado estadual pelo PSB-SP e coordenador
da área de educação de Anthony
Garotinho (PSB).
O debate marcou o lançamento
do caderno "Sinapse", que circulou pela primeira vez na terça-feira e terá publicação mensal.
Na avaliação de Lima, em oito
anos de governo FHC houve uma
redução nos investimentos que
agravou o "quadro dramático de
insuficiência educacional" no
país. "Nos primeiros quatro anos
do governo FHC, houve uma redução de investimento per capita
da ordem de 23%. Se investia R$
72 por habitante em 94 e, em 98,
R$ 57, afirmou.
Segundo o assessor de Lula, em
países com Produto Interno Bruto semelhante ao brasileiro, como
o Canadá, o investimento per capita em educação é nove vezes
maior do que no Brasil.
Guiomar admitiu as dificuldades no setor educacional, mas
afirmou que "nenhuma mudança
ocorre da noite para o dia".
A colaboradora de Serra destacou o que considera avanços do
governo FHC, como o comprometimento do governo com a Lei
de Diretrizes e Bases e a criação do
Fundef - fundo para educação
implementado em todo o Brasil
em 98, constituído de parte da arrecadação de impostos estaduais
e municipais e complementado
com verbas federais.
"Quem viveu como eu nos tempos em que a gente sequer sabia o
quanto se gastava com aluno no
Brasil, o Fundef representa hoje
um mecanismo de gestão e de
transparência até para que nós
possamos verificar onde falta financiamento e propor avanços",
afirmou Guiomar.
Para Maldonado, a forma como
é constituído o Orçamento da
União hoje é "demonstrativa do
constrangimento da capacidade
de investimento" no país.
O assessor de Ciro destacou a
necessidade de uma reforma fiscal e tributária para que seja possível uma mudança. Callegari disse que a meta de um eventual governo Garotinho é aumentar os investimentos em educação dos
atuais 5% para 7% do Orçamento.
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