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Parte do PFL pode apoiar reforma
se PT poupar ACM de novos ataques
OTÁVIO CABRAL
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma disputa política baiana fez
o governo perder o apoio do PFL
na votação da reforma da Previdência Social na comissão especial. Mesmo assim, o partido ainda promete dar 30 votos favoráveis ao projeto no plenário, desde
que o grupo político de Antonio
Carlos Magalhães (BA) não seja
atacado pelo PT até a votação.
Nos dias que antecederam a votação, os governadores do PFL
acertaram com o Palácio do Planalto que o partido daria três votos a favor do projeto e três contrários na comissão.
O acordo foi costurado no plenário pelos deputados carlistas,
entre eles ACM Neto (PFL-BA).
Robson Tuma (PFL-SP), que votaria contra a proposta, foi convencido a mudar de posição. Darci Coelho (TO), que também se
opunha, foi substituído por Paulo
Magalhães (BA), do grupo sob influência de ACM. O outro voto favorável seria do presidente da comissão, Roberto Brant (MG).
Mas, assim que a versão final do
acordo era comunicada ao vice-líder do governo Professor Luizinho (PT-SP), o líder do PT, Nelson Pellegrino (BA), subiu à tribuna para fazer um duro discurso
com ataques à política de segurança do governador Paulo Souto
(PFL-BA) e ao prefeito de Salvador, Antônio Imbassahy, também
pefelista.
Imediatamente, o acordo foi
rompido. Darci Coelho voltou para a comissão. Tuma retomou sua
posição contrária ao projeto. Até
Roberto Brant foi pressionado a
votar contra, mas manteve seu
apoio ao relatório. Os outros três
que se posicionaram contra o governo foram Onyx Lorenzoni
(RS), José Roberto Arruda (DF) e
Gervásio Silva (SC).
Deputados carlistas procuraram João Paulo Cunha (PT-SP),
presidente da Câmara, e o ministro José Dirceu (Casa Civil). Afirmaram que, se Pellegrino mantiver a postura de ataques ao governo do PFL baiano, o compromisso de dar 30 dos 70 votos do partido ao projeto estaria desfeito.
Dirceu procurou Pellegrino e
disse que ele precisava ajudar o
governo a aprovar as reformas.
Pré-candidato a prefeito de Salvador em 2004, Pellegrino disse desconhecer o acordo entre o Palácio
do Planalto e os governadores do
PFL. Ele afirma que os governadores se comprometeram com
Lula a apoiar as reformas, que
também interessam aos Estados.
Mas sem compromisso de trégua
nas políticas estaduais.
"O governo Lula não participa
desse tipo de acordo com adversário históricos", afirmou o líder
petista, que promete manter sua
posição anti-ACM.
O próprio líder do PFL, deputado federal José Carlos Aleluia
(BA), que faz oposição ao governo federal, admite que grande
parte da bancada votará com o
Planalto na Previdência. Só que
dá um número inferior ao dos
carlistas. Segundo ele, o governo
terá entre 15 e 20 dos 70 votos da
bancada que lidera: "Isso, se negociar a contribuição dos inativos, subteto e pensões", ressalva.
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