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REFORMA SOB PRESSÃO
Ministro da Fazenda é interrompido por manifestante quando discursava em Campo Grande
Câmara não pode desordenar texto, diz Palocci
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) disse em Campo
Grande (MS) que ainda não há
um relatório final da reforma tributária para o governo discutir.
"Preliminares são preliminares",
afirmou, sobre alterações no projeto original que constam do relatório divulgado pelo deputado
Virgílio Guimarães (PT-MG).
Afirmou, porém, que, apesar de
não dever "assinar embaixo do
que o Executivo faz", a Câmara
dos Deputados não pode "desordenar a reforma tributária".
Palocci disse que o projeto ainda não sofreu alterações para
preocupar o governo. "Há uma
documentação preliminar que está se esforçando para equilibrar as
reivindicações que surgem na
constituição da proposta", disse.
"Quando tiver o relatório da reforma, a gente comentará e decidirá uma posição do governo,
mas ainda estamos numa fase de
preparação", acrescentou. Disse
acreditar em um entendimento
do Planalto com os governadores.
O relatório preliminar de Guimarães, entre outros pontos, beneficia com uma maior arrecadação de ICMS os Estados onde as
mercadorias são consumidas. A
proposta original do governo
mantinha inalterada a distribuição de receita do imposto entre os
Estados de origem e de destino,
debate postergado para depois da
aprovação da reforma.
O ministro esteve ontem em
Campo Grande para participar da
abertura de um fórum sobre o
PPA (Plano Plurianual). Ao discursar, foi interrompido por um
sindicalista. Quase houve discussão entre os dois. "Muita gente
pergunta quem financiará o Brasil, quem garantirá que o país terá
condições de fazer seus investimentos. É uma pergunta de difícil
resposta", dizia Palocci.
"É o FMI", gritou da platéia, formada por cerca de 200 pessoas
(segundo a PM), o diretor do Sindicato dos Servidores Públicos
Federais e membro da CUT, Cícero Benício, 49. "O FMI não financia desenvolvimento", respondeu
o ministro. "A reforma da Previdência é financiada pelo FMI", rebateu o sindicalista.
Palocci perguntou: "Você quer
que eu fale sobre a reforma?". Benício respondeu: "Por que você
não põe um fórum para decidir a
reforma da Previdência, entende?". O ministro sorriu e continuou o discurso.
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