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São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 2003

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REFORMA SOB PRESSÃO

Ministro da Fazenda é interrompido por manifestante quando discursava em Campo Grande

Câmara não pode desordenar texto, diz Palocci

HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) disse em Campo Grande (MS) que ainda não há um relatório final da reforma tributária para o governo discutir. "Preliminares são preliminares", afirmou, sobre alterações no projeto original que constam do relatório divulgado pelo deputado Virgílio Guimarães (PT-MG).
Afirmou, porém, que, apesar de não dever "assinar embaixo do que o Executivo faz", a Câmara dos Deputados não pode "desordenar a reforma tributária".
Palocci disse que o projeto ainda não sofreu alterações para preocupar o governo. "Há uma documentação preliminar que está se esforçando para equilibrar as reivindicações que surgem na constituição da proposta", disse.
"Quando tiver o relatório da reforma, a gente comentará e decidirá uma posição do governo, mas ainda estamos numa fase de preparação", acrescentou. Disse acreditar em um entendimento do Planalto com os governadores.
O relatório preliminar de Guimarães, entre outros pontos, beneficia com uma maior arrecadação de ICMS os Estados onde as mercadorias são consumidas. A proposta original do governo mantinha inalterada a distribuição de receita do imposto entre os Estados de origem e de destino, debate postergado para depois da aprovação da reforma.
O ministro esteve ontem em Campo Grande para participar da abertura de um fórum sobre o PPA (Plano Plurianual). Ao discursar, foi interrompido por um sindicalista. Quase houve discussão entre os dois. "Muita gente pergunta quem financiará o Brasil, quem garantirá que o país terá condições de fazer seus investimentos. É uma pergunta de difícil resposta", dizia Palocci.
"É o FMI", gritou da platéia, formada por cerca de 200 pessoas (segundo a PM), o diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Federais e membro da CUT, Cícero Benício, 49. "O FMI não financia desenvolvimento", respondeu o ministro. "A reforma da Previdência é financiada pelo FMI", rebateu o sindicalista.
Palocci perguntou: "Você quer que eu fale sobre a reforma?". Benício respondeu: "Por que você não põe um fórum para decidir a reforma da Previdência, entende?". O ministro sorriu e continuou o discurso.


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