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Produtor terá
R$ 500 mi de
governo Lula
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após extinguir o Banco da Terra, herança do governo Fernando
Henrique Cardoso, o Ministério
do Desenvolvimento Agrário
criará três novas linhas de crédito
para facilitar o acesso a financiamentos voltados à compra de pequenas áreas para produção.
Com R$ 500 milhões previstos
para este ano, o governo vai atuar
em três áreas: combate à pobreza
rural, que terá o maior subsídio e
atenderá a 14 Estados, linha de
crédito para jovens entre 18 e 24
anos e uma terceira para a consolidação da agricultura familiar.
A minuta do decreto presidencial já está na Casa Civil e deve ser
assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva até o próximo
mês. Os recursos para o projeto
virão do Fundo de Terras do ministério e do Banco Mundial.
"O crédito fundiário é uma
complementação ao programa de
reforma agrária. É uma forma de
facilitar o acesso à terra em regiões onde não há condições de
fazer desapropriação", afirmou
Eugênio Peixoto, secretário de
Reforma Agrária do ministério.
Estarão incluídas no programa
famílias com renda de R$ 4.800 ao
ano -para a linha de combate à
pobreza- a R$ 30 mil anuais
-para a de agricultura familiar.
Subsídio
O subsídio ao crédito será diferenciado, de acordo com o público. No combate à pobreza, o beneficiado pagará somente a parte
do financiamento para a aquisição da terra. A parcela para investimento inicial, por sua vez, terá
subsídio total.
De acordo com Peixoto, serão
criados mecanismos de controle
social dos financiamentos, com a
formação de conselhos municipais, estaduais e federal, além de
maneiras de evitar o reajuste indiscriminado do preço da terra.
O governo, juntamente com especialistas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e da
USP, está buscando uma fórmula
para monitorar o valor de áreas
agrícolas em diferentes regiões do
país. O cálculo deve levar em consideração o preço do produto
plantado no local.
"Queremos criar um mecanismo eficaz, que evite aumentos
abusivos", disse Peixoto. Hoje, o
valor de terra é acompanhado por
institutos de pesquisa e pelo Incra
(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
O projeto terá uma ação descentralizada. A União fará convênio
com Estados para disponibilizar
os recursos. Em contrapartida, os
governos estaduais terão que criar
conselhos e ajudar na fiscalização.
Extinção
Em fevereiro, o governo anunciou a extinção do principal programa de crédito fundiário de
FHC, o Banco da Terra, por detectar irregularidades e problemas
de gestão no programa após auditoria feita pelo ministério.
À época, representantes do Ministério do Desenvolvimento
Agrário na gestão anterior negaram as acusações. As irregularidades estão sendo apuradas.
O funcionamento do Banco da
Terra era contestado pelo MST
(Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra), que alegava
que o programa era para financiar
a "reforma agrária de mercado".
(LUCIANA CONSTANTINO)
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