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Ministro diz que novo PPA terá metas realistas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Espécie de superorçamento
para um período de quatro
anos, o PPA (sigla de Plano
Plurianual de Investimentos)
que o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva enviará ao Congresso até sexta-feira é o tipo de
lei que não pune ninguém se
boa parte dela virar letra morta.
Não é à toa que o ministro
Guido Mantega (Planejamento) vem repetindo que o governo Lula prepara um plano realista, "pé no chão". Ele tenta se
contrapor à história dos orçamentos no Brasil e à distância
que eles mantêm da vida real.
O fechamento da proposta
do mais recente PPA, preparado pelo governo Fernando
Henrique Cardoso em 1999, foi
precedido de igual expectativa.
O projeto previa investimentos
de R$ 212 bilhões em obras de
infra-estrutura, mais do que os
R$ 191,4 bilhões de Lula. Parte
do dinheiro viria da iniciativa
privada: 21,6%. Para preparar
uma lista com investimentos e
medir a expectativa da iniciativa privada, o governo pagou
R$ 15 milhões por um estudo.
O PPA falhou na sua base. Os
cenários de crescimento da
economia começaram a furar
já em 2001. Em vez de crescer
4,5% nesse ano, o PIB variou
1,42%. Os 5% de crescimento
previstos para 2002 viraram
1,52%. A economia deve crescer 1,5% neste ano, enquanto o
PPA previa uma taxa de 5%. Os
cenários de inflação eram otimistas demais, e o aperto fiscal
acabou sendo mais duro: os
gastos públicos foram reduzidos para pagar juros da dívida.
Nesse quadro, a previsão de
criar 8,5 milhões de empregos
de 2000 a 2003 virou pó. A falta
de investimentos em energia
levou ao apagão de 2001. Estudo recente do Ministério dos
Transportes diz que 40% das
estradas estão em péssimo estado, e apenas 30% delas em
boas condições de uso. Tudo
isso por falta de investimento.
O PPA de 2004 a 2007 será o
terceiro da história. A expectativa de crescimento da economia é menor (de 3,5%, em
2004, a 4,5%, em 2007), e o
aperto fiscal, bem maior.
(MS)
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