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Baltazar é amigo
e ex-segurança
do presidente
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O delegado Francisco Baltazar
da Silva, 52, não deixava ninguém
esquecer que estava no cargo por
escolha pessoal do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, de quem
coordenou a segurança em quatro eleições presidenciais. Em entrevistas, dizia-se "fã" do petista,
que nunca desmentiu publicamente a amizade dos dois.
O presidente e o delegado tornaram-se próximos em 1989,
quando Baltazar foi escolhido para cuidar da segurança do então
candidato. Embora conhecido,
Lula não era o favorito naquelas
primeiras eleições presidenciais
depois do regime militar (1964-1985). Na eleição seguinte, em
1994, foi Lula quem escolheu Baltazar. A amizade ficaria mais forte
em 1998 e em 2002.
Casado, pai de dois filhos, Baltazar agüentou o quanto pôde a
pressão para que deixasse o cargo
em São Paulo, no seu entender
apenas um degrau antes da direção nacional da Polícia Federal.
Antes de ocupar a superintendência, trabalhou na delegacia de
Entorpecentes de São Paulo, onde
julgava ter atingido o ápice na carreira. Aposentou-se e foi convidado por Lula para um cargo de importância na PF. Pediu a direção
geral, mas o ministro Márcio
Thomaz Bastos (Justiça) já havia
optado por Paulo Lacerda.
Baltazar aceitou ser superintendente de São Paulo imaginando
que o cargo era provisório e que
chegaria à direção geral. Porém,
enquanto Lacerda se fortalecia
com as megaoperações, Baltazar
perdia apoio devido a suspeitas de
envolvimento de seus subordinados com o crime organizado.
A exoneração impediu que Baltazar regularizasse a venda de
contrabando no centro de São
Paulo, o que, para ele, era um trabalho social. Segundo ele, a ação
do contrabandista Law Kim
Chong não era caso de polícia.
A prisão de Chong pela PF foi o
estopim para que Baltazar passasse a defender com mais afinco a
idéia de que chineses que vendem
no país produtos pirateados e
contrabandeados não deveriam ir
para cadeia, mas receber amparo
social do governo.
Em julho, disse à Folha que se
sentia "confortável" no cargo e
que nele permaneceria enquanto
Lacerda quisesse.
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