|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Falta de consenso interno isola Alckmin na campanha
Tucano concentrará atividades em São Paulo, onde buscará afastar imagem de desânimo
Com sugestões descartadas pelo comitê da coligação, Bornhausen e Rodrigo Maia decidem focar seus Estados, Santa Catarina e o Rio
CATIA SEABRA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Insatisfeito com tucanos e
pefelistas, o candidato do PSDB
à Presidência, Geraldo Alckmin, está isolado no comando
de sua campanha. Com a desidratação do comitê de Brasília,
ganha força a ala paulista, a
ponto de nomes de expressão
nacional, como os senadores
Jorge Bornhausen (PFL-SC) e
Sérgio Guerra (PSDB-PE), viajarem a São Paulo para ouvir o
coordenador de comunicação
da campanha, Luiz Gonzalez.
Na quarta-feira, em sua visita
a Brasília, foi o próprio Alckmin
quem telefonou a aliados para
traçar a agenda de viagens. É
em São Paulo que Alckmin concentrará atividades, em busca
de cenas que apaguem a idéia
de desânimo na campanha. Enquanto paulistas se queixam de
abandono, a ala de Brasília alega que Alckmin afasta aliados
ao não ouvir sugestões.
Alvo de críticas do grupo
paulista, o presidente do PSDB,
Tasso Jereissati (CE), não participa de discussões desde domingo, quando houve uma reunião. Sem ter confirmado presença num almoço de adesão
na semana que vem, Tasso estava incomunicável na segunda, quando o governador do
Ceará, Lúcio Alcântara, exibiu
imagens de Luiz Inácio Lula da
Silva em seu programa.
Foi Renata, mulher do senador, quem recebeu Lu Alckmin
em visita ao Ceará. Segundo
Guerra, coordenador da campanha, Tasso se dedica à campanha no interior. Aliados de
Alckmin também reclamam da
inapetência dos governadores
de Minas, Aécio Neves, e da Paraíba, Cássio Cunha Lima.
Anteontem, em conversa
com jornalistas, Alckmin ironizou os que insistem para que
ataque Lula na TV. "Quando
era candidato em Pindamonhangaba [SP], tinha um sujeito chamado Ditão que ficava na
frente dos palanques gritando
"bate, doutor, bate". Tem muito
Ditão nesta campanha".
Segundo a Folha apurou, o
tucano está particularmente irritado com o senador Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA).
Mas, sem encontrar eco para
suas sugestões, foram Bornhausen e o líder do PFL na
Câmara, Rodrigo Maia (RJ),
que decidiram voltar a seus Estados. Fora as vezes em que é
convocado para dissipar crises
entre pefelistas e tucanos, como hoje, no Amazonas, Bornhausen diz que é mais útil pedir votos em Santa Catarina.
"Não adianta ir para Brasília.
Para alguns problemas [como
de palanques nos Estados], não
há solução", disse ele.
O afastamento de senadores
e deputados da campanha ficou
patente anteontem durante a
passagem de Alckmin por Brasília. Dos 13 congressistas que
antes se sentavam à mesa no
chamado "conselho político",
só Guerra esteve com o candidato, sendo que pelo menos outros três integrantes estavam
no plenário do Senado no momento da reunião. "Campanha
de quem não está na frente é
sempre um mar de "rolos'", resumiu o candidato a vice, José
Jorge, que chegou a Brasília
após a saída de Alckmin.
Texto Anterior: Principal ramo da Assembléia de Deus decide dar apoio a presidenciável tucano Próximo Texto: Tucano recusa pacto para 2007 que Lula propôs Índice
|