São Paulo, sábado, 25 de agosto de 2007

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Cotado ao STF fez carreira na política

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Citado na troca de mensagens entre os ministros Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia como o indicado para a nova vaga do Supremo Tribunal Federal, Carlos Alberto Menezes Direito, 64, ministro do Superior Tribunal de Justiça, prefere manter-se distante da polêmica.
"Não sei por que estão citando o meu nome. Sou um pobre juiz. A indicação é um tema do presidente da República", diz Direito.
A postura discreta e reservada é uma das qualidades mais repetidas por pessoas que trabalharam com o magistrado. Outro atributo é a habilidade de construir a carreira jurídica pela via política.
Direito se formou pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio em 1965. Três anos depois, concluiu o doutorado. Na universidade, galgou diferentes postos: foi presidente do Centro Acadêmico Eduardo Lustosa, professor titular, diretor da faculdade e vice-reitor.
Foi na presidência de Ernesto Geisel que Direito ingressou no mundo político. Entre 1975 e 1978, foi chefe-de-gabinete do então ministro Ney Braga (Educação). Nos dois anos seguintes, tornou-se chefe-de-gabinete do ex-prefeito biônico do Rio Israel Klabin -chegou a assumir duas vezes como prefeito, num total de 27 dias.
Após deixar o cargo, presidiu ainda a extinta Fundação de Artes do Rio de Janeiro e a Casa da Moeda.
Em 1987, convidado pelo ex-governador do Rio Moreira Franco (PMDB), assumiu a Secretaria da Educação. Rapidamente ficou conhecido como o homem forte da gestão.
"Ainda somos muito próximos. Moreira Franco é meu amigo desde garoto", diz Direito, que, à época, era filiado ao PMDB -ele já havia passado pelo extinto PDC (Partido Democrata Cristão).
O ano de 1988 marca seu retorno à carreira jurídica. Naquele ano, Moreira Franco o indicou para o Tribunal de Justiça do Rio, na vaga do quinto constitucional -reservada a advogados ou membros do Ministério Público. Houve polêmica. Adversários diziam que Direito não tinha dez anos de advocacia, exigência do novo cargo.
O governador ganhou a disputa e, em 1996, indicou o amigo para ser ministro do STJ.
Direito é casado, tem três filhos e seis netos. Nasceu em Belém (PA). Aos dois anos, mudou-se com os pais para o Rio.


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