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perfil
Cotado ao STF fez carreira na política
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Citado na troca de mensagens entre os ministros
Ricardo Lewandowski e
Cármen Lúcia como o indicado para a nova vaga do
Supremo Tribunal Federal, Carlos Alberto Menezes Direito, 64, ministro
do Superior Tribunal de
Justiça, prefere manter-se
distante da polêmica.
"Não sei por que estão
citando o meu nome. Sou
um pobre juiz. A indicação
é um tema do presidente
da República", diz Direito.
A postura discreta e reservada é uma das qualidades mais repetidas por
pessoas que trabalharam
com o magistrado. Outro
atributo é a habilidade de
construir a carreira jurídica pela via política.
Direito se formou pela
PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio em
1965. Três anos depois,
concluiu o doutorado. Na
universidade, galgou diferentes postos: foi presidente do Centro Acadêmico Eduardo Lustosa, professor titular, diretor da
faculdade e vice-reitor.
Foi na presidência de
Ernesto Geisel que Direito
ingressou no mundo político. Entre 1975 e 1978, foi
chefe-de-gabinete do então ministro Ney Braga
(Educação). Nos dois anos
seguintes, tornou-se chefe-de-gabinete do ex-prefeito biônico do Rio Israel
Klabin -chegou a assumir
duas vezes como prefeito,
num total de 27 dias.
Após deixar o cargo, presidiu ainda a extinta Fundação de Artes do Rio de
Janeiro e a Casa da Moeda.
Em 1987, convidado pelo ex-governador do Rio
Moreira Franco (PMDB),
assumiu a Secretaria da
Educação. Rapidamente
ficou conhecido como o
homem forte da gestão.
"Ainda somos muito
próximos. Moreira Franco
é meu amigo desde garoto", diz Direito, que, à época, era filiado ao PMDB
-ele já havia passado pelo
extinto PDC (Partido Democrata Cristão).
O ano de 1988 marca seu
retorno à carreira jurídica.
Naquele ano, Moreira
Franco o indicou para o
Tribunal de Justiça do Rio,
na vaga do quinto constitucional -reservada a advogados ou membros do
Ministério Público. Houve
polêmica. Adversários diziam que Direito não tinha
dez anos de advocacia, exigência do novo cargo.
O governador ganhou a
disputa e, em 1996, indicou o amigo para ser ministro do STJ.
Direito é casado, tem
três filhos e seis netos.
Nasceu em Belém (PA).
Aos dois anos, mudou-se
com os pais para o Rio.
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