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Após salvar Sarney, Lula debate 2010 com PMDB
PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Menos de uma semana depois de intervir diretamente
para enterrar as investigações
contra o presidente do Senado,
José Sarney (PMDB-AP), o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva se reuniu ontem com PT e
PMDB para discutir as alianças
para a eleição do ano que vem.
Os dois partidos identificaram seis Estados onde deve ser
"muito difícil" um acordo entre
PT e PMDB. Quatro são tidos
como praticamente perdidos:
Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Pernambuco e, um pouco menos
pior, São Paulo e Bahia.
Nestes Estados, o objetivo é
"trabalhar para não ter troca de
tiro", na descrição de um dos
presentes ao encontro.
Participaram da reunião com
Lula o presidente do PT, Ricardo Berzoini, o presidente interino do PMDB, Michel Temer,
o líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), e o líder
do governo, Henrique Eduardo
Alves (PMDB-RN). O encontro
foi ontem à tarde, na sede da
Presidência em São Paulo.
Os quatro combinaram de se
reunir uma vez por semana,
sem Lula, para tratar das alianças pelo país afora.
Uma das principais preocupações é garantir que as disputas estaduais não prejudiquem
a candidatura do governo no
plano federal. Onde não houver
acordo, a ordem é tentar garantir que os dois palanques estejam à disposição de Dilma
Rousseff (PT), a candidata escolhida por Lula.
O próprio presidente já passou por isso nas eleições de
2006, quando teve dois palanques em Pernambuco, um do
petista Humberto Costa e outro do hoje governador Eduardo Campos, pelo PSB.
Sarney e 2010
Tanto PT quanto PMDB negam que a discussão político-eleitoral de ontem tenha relação com a operação de salvamento de Sarney. "O nome dele
não foi nem mencionado", afirmou Berzoini.
Na quarta-feira da semana
passada, o PT foi fundamental
para salvar Sarney de processos
no Conselho de Ética do Senado. Sob ordem de Lula, os três
senadores do partido votaram
contra a reabertura de todas as
11 denúncias e representações
contra o presidente do Senado.
Lula tem dito a aliados que
ajudar Sarney é importante para atrair o PMDB para um
apoio oficial à candidatura de
Dilma nas eleições do ano que
vem. Isso aumentaria em quase
cinco minutos o tempo de TV
da candidata do governo, decisivo numa campanha num país
tão vasto como o Brasil, onde é
impossível aparecer em carne e
osso mesmo diante de uma parcela ínfima dos mais de 100 milhões de eleitores.
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