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No "JN", Serra se apresenta como antídoto para dólar alto
EM SÃO PAULO
Retomando uma linha abandonada desde o início da campanha
no rádio e na TV, em agosto, o
candidato do PSDB, José Serra,
disse em entrevista ao "Jornal Nacional", da TV Globo, que o dólar
vai baixar, se ele for eleito, entre
outras coisas porque devolverá a
confiança aos investidores.
Logo após o lançamento da candidatura tucana, em junho, a
campanha de Serra tentou atribuir a alta da cotação do dólar à
incerteza provocada pela perspectiva da eleição do candidato
do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.
Ontem, o candidato tomou a iniciativa de introduzir o assunto
durante a entrevista.
"Há candidatos adversários que
falam muito dos problemas e fazem críticas. Só isso não vai resolver os problemas", disse Serra. Segundo o tucano, não basta criticar, "mas mostrar como essas
questões podem ser enfrentadas".
O tucano chamou a atenção para a questão do dólar, que ontem
atingiu a cotação mais alta desde o
Plano Real, fechando em R$ 3,57.
"Afeta [o dólar alto] a vida das
pessoas, o preço do pão, do macarrão, do biscoito, da gasolina",
disse Serra.
Se for eleito, o tucano prometeu
que o dólar vai baixar "porque eu
vou devolver ou dar confiança para o investidor, o que é fundamental, e trazer mais dólares para
o país".
Isso, segundo Serra, permitirá a
diminuição de preços e impedirá
"que as pessoas sejam prejudicadas no seu consumo".
No "JN", Serra também disse
que é o candidato "mais seguro
para administrar o Brasil e fazer
as mudanças adicionais" de que o
país precisa. Afirmou ainda que
os 8 milhões de empregos, cuja
criação é a principal promessa de
sua campanha, serão com a carteira assinada: "Dentro do possível, nós vamos batalhar para isso", disse, acrescentando, em tom
de comício: "O que nós queremos
é carteira azul para todo mundo".
Serra foi o segundo entrevistado
da série com os presidenciáveis
programada pelo "JN".
Audiência
Durante a entrevista de Serra, o
"Jornal Nacional" teve média de
32 pontos de audiência, segundo
dados preliminares do Ibope,
com picos de 34.
Cada ponto equivale a 47 mil
domicílios na Grande São Paulo.
A entrevista de Ciro Gomes, anteontem, rendeu 37 pontos à
emissora.
Questionado sobre o fato de o
presidente Fernando Henrique
Cardoso até agora ter aparecido
apenas 40 segundos em seu programa de TV no horário gratuito,
afirmou que FHC "não é cabo-eleitoral".
Segundo Serra, FHC "é presidente do Brasil. Ele tem que tocar
o governo. Ele tem que se comportar na eleição como um magistrado. Não é conveniente que o
presidente da República se envolva no dia a dia da eleição. Que ele
me apóia, todo mundo sabe".
O candidato justificou a atual
falta de crescimento econômico
com as crises internacionais, entre elas a da Argentina, e os ataques terroristas nos EUA, ocorridos em 11 de setembro de 2001.
Serra disse que em seu governo
será diferente porque "muita coisa no Brasil está arrumada". Para
o tucano, o fato de a economia ter
crescido pouco nos últimos 20
anos é um "indicador de que a
gente pode subir o crescimento,
porque estamos partindo de um
nível muito baixo". E prometeu
pisar mais no "acelerador do crescimento".
(RAYMUNDO COSTA)
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