São Paulo, domingo, 25 de setembro de 2005

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ RUMO A 2006

Ministro rebate críticas de Jorge Bornhausen e diz que poderia processá-lo por "racismo e fascismo"

Para Wagner, "corruptos maiores" julgam o governo

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

O ministro Jaques Wagner (Relações Institucionais) rebateu com veemência a nota oficial divulgada pelo PFL, na qual o presidente do partido, o senador Jorge Bornhausen (SC), responsabilizou o governo pela crise.
"Há muitos corruptos maiores julgando", disse Jaques Wagner, sem citar nomes, anteontem à noite, durante jantar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu apartamento, em Salvador. Wagner interrompeu o jantar para falar com jornalistas.
"Ele é uma coisa antiga e preconceituosa, poderia processá-lo por racismo e fascismo", afirmou o ministro, sobre o presidente do PFL, que, na última quarta-feira, disse que "a crise e a corrupção no Brasil têm um nome: Lula". Antes, Bornhausen disse que "a raça da esquerda deveria ser banida do Brasil pelos próximos 30 anos".

Cabeças
De acordo com o ministro, "todo mundo quer cabeça" no Congresso e "alguns integrantes do PT foram capturados por uma máquina viciada". Jaques Wagner lembrou também de "algumas injustiças" cometidas contra parlamentares acusados de corrupção no passado para condenar a forma de atuação de alguns deputados que integram as três CPIs em funcionamento no Congresso.
"O Ibsen Pinheiro [ex-presidente da Câmara], o Alceni Guerra [ex-ministro da saúde] foram acusados e eram inocentes e o Abi Ackel [ex-ministro da Justiça e relator da CPI do Mensalão] não foi ladrão de pedras", disse Wagner. "O deputado Antonio Carlos Magalhães Neto, por exemplo, ainda precisa se definir se quer ser ator de televisão ou parlamentar", disse o ministro, adversário político regional da família ACM.
Wagner também comentou a eleição para a escolha do novo presidente da Câmara, na próxima quarta-feira. "A presidência da Câmara não pode ser uma articulação da oposição nem uma extensão do governo."
De acordo com Wagner, a meta do governo é reforçar a candidatura do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP). "O PT teve a grandeza de encontrar um nome que tem todas as condições de unir a base do partido."
Por fim, criticou ainda o esquema de arrecadação ilegal do ex-tesoureiro petista Delúbio Soares. "É um grau de imbecilidade digna de ir para o Guinness [livro dos recordes]. É uma operação Tabajara, feita por um tesoureiro que se perdeu", disse.


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