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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ RUMO A 2006
Ministro rebate críticas de Jorge Bornhausen e diz que poderia processá-lo por "racismo e fascismo"
Para Wagner, "corruptos maiores" julgam o governo
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
O ministro Jaques Wagner (Relações Institucionais) rebateu
com veemência a nota oficial divulgada pelo PFL, na qual o presidente do partido, o senador Jorge
Bornhausen (SC), responsabilizou o governo pela crise.
"Há muitos corruptos maiores
julgando", disse Jaques Wagner,
sem citar nomes, anteontem à
noite, durante jantar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
em seu apartamento, em Salvador. Wagner interrompeu o jantar para falar com jornalistas.
"Ele é uma coisa antiga e preconceituosa, poderia processá-lo
por racismo e fascismo", afirmou
o ministro, sobre o presidente do
PFL, que, na última quarta-feira,
disse que "a crise e a corrupção no
Brasil têm um nome: Lula". Antes, Bornhausen disse que "a raça
da esquerda deveria ser banida do
Brasil pelos próximos 30 anos".
Cabeças
De acordo com o ministro, "todo mundo quer cabeça" no Congresso e "alguns integrantes do
PT foram capturados por uma
máquina viciada". Jaques Wagner
lembrou também de "algumas injustiças" cometidas contra parlamentares acusados de corrupção
no passado para condenar a forma de atuação de alguns deputados que integram as três CPIs em
funcionamento no Congresso.
"O Ibsen Pinheiro [ex-presidente da Câmara], o Alceni Guerra
[ex-ministro da saúde] foram
acusados e eram inocentes e o Abi
Ackel [ex-ministro da Justiça e relator da CPI do Mensalão] não foi
ladrão de pedras", disse Wagner.
"O deputado Antonio Carlos Magalhães Neto, por exemplo, ainda
precisa se definir se quer ser ator
de televisão ou parlamentar", disse o ministro, adversário político
regional da família ACM.
Wagner também comentou a
eleição para a escolha do novo
presidente da Câmara, na próxima quarta-feira. "A presidência
da Câmara não pode ser uma articulação da oposição nem uma extensão do governo."
De acordo com Wagner, a meta
do governo é reforçar a candidatura do deputado Aldo Rebelo
(PC do B-SP). "O PT teve a grandeza de encontrar um nome que
tem todas as condições de unir a
base do partido."
Por fim, criticou ainda o esquema de arrecadação ilegal do ex-tesoureiro petista Delúbio Soares.
"É um grau de imbecilidade digna
de ir para o Guinness [livro dos
recordes]. É uma operação Tabajara, feita por um tesoureiro que
se perdeu", disse.
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