São Paulo, domingo, 25 de setembro de 2005

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A pescadores, Lula diz não ter "medo de barulho"

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Sem citar a crise política que toma conta do governo há quase quatro meses, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou ontem as denúncias de corrupção que envolvem alguns deputados e integrantes da administração federal a "um barulho".
"Quem saiu de Garanhuns com 5 anos para não morrer de fome e sobreviveu e virou presidente da República não tem medo de barulho", disse Lula, a cerca de 500 pescadores, na praia do Rio Vermelho, em Salvador.
Falando de improviso, ao contrário do que ocorreu pela manhã, quando participou da 2ª Conferência Mundial do Café , Lula disse que a democracia pode resolver "qualquer problema", com exceção da miséria. "Fiquem tranqüilos porque se tem uma coisa importante que este país conquistou é a democracia. E a democracia, exercida pela sociedade e pelo Congresso Nacional, dará conta de resolver todo e qualquer problema deste mundo."
Mais à frente, insinuou que os eleitores não devem se iludir com promessas eleitoreiras. "O que a democracia ainda não deu jeito de resolver neste país é a miséria que assola quase um terço da população. E se não tivermos governantes comprometidos com o povo, vai ter governante que quer governar o país para apenas 35 milhões de habitantes", disse Lula, durante o lançamento do programa de cadastramento de pescadores na Bahia. Lula disse também que recebeu um país "com muitos estragos". "São estragos que começaram há 500 anos e que não serão consertados em quatro ou dez anos. Mas já fizemos muito e vamos fazer ainda mais."
Pela manhã, ao lado de Álvaro Uribe, presidente da Colômbia, Lula defendeu a união dos países produtores de café para "enfrentar os poderosos".

Esperando Wagner
Anteontem, o ministro de Relações Institucionais, Jaques Wagner, deixou Lula o esperando por cerca de 30 minutos e foi conversar com os jornalistas. Inconformado com a demora, José Graziano (assessor especial da Presidência) disse para o ministro: "Wagner, tenho ordens superiores para chamar o senhor". (LF)


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