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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ RUMO A 2006
Busca de composição para 2006 justifica apoio do tucano à candidatura de Nonô à presidência da Câmara e leva a conversas com Cesar Maia
Candidatura de Serra se fortalece no PFL
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A eventual candidatura do tucano José Serra à Presidência está se
fortalecendo dentro do PFL, partido que hoje julga mais provável
reeditar em 2006 a aliança vitoriosa que fez com o PSDB em 1994 e
1998, quando o tucano Fernando
Henrique Cardoso conquistou o
Palácio do Planalto com Marco
Maciel como vice.
As articulações PFL-PSDB na
eleição para presidência da Câmara, unidos por ora em torno do
pefelista José Thomaz Nonô (AL),
evidenciam o fortalecimento de
Serra no PFL. Aos poucos, Serra,
prefeito de São Paulo, vem tirando do governador Geraldo Alckmin (SP) a condição de tucano favorito para costurar uma aliança
com os pefelistas.
Na disputa pelo comando da
Câmara, Serra esteve disposto a
uma composição, primeiro, com
o petista Sigmaringa Seixas (DF)
e, depois, com o peemedebista
Michel Temer (SP). Mas migrou
para a candidatura do pefelista
Nonô por cálculo político: reforçar laços com o PFL para vencer a
resistência que resta a seu nome
no partido. Seus articuladores
mais fiéis na Câmara, o líder Alberto Goldman (SP) e Jutahy Magalhães (BA), fecharam com Nonô após consultá-lo.
Serra tem mais a dar ao PFL,
partido que se recusou a apoiá-lo
em 2002, quando o tucano disputou e perdeu a Presidência para
Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em
2004, ele fechou aliança com o
PFL paulistano, compondo com o
vice pefelista Gilberto Kassab.
Se for candidato a presidente,
Serra terá de deixar a prefeitura
até o final de abril de 2005. Kassab, portanto, herdaria dois anos
e oito meses do mandato de Serra.
A simpatia do PFL pela opção
Serra cresceu por cálculo político.
No bastidor, a cúpula pefelista já
admite que o prefeito Cesar Maia
dificilmente decolará. Ele tem tido um desempenho ruim nas pesquisas -4% a 8%, a depender do
levantamento. Serra e Maia têm
conversado sobre a possibilidade
de o prefeito do Rio ser vice do colega numa chapa presidencial.
O presidente do PFL, senador
Jorge Bornhausen (SC), já não
tem por Serra a antipatia de antes.
Durante a campanha eleitoral de
2002, a PF (Polícia Federal)
apreendeu R$ 1,34 milhão em dinheiro vivo na empresa Lunus, de
Jorge Murad, marido da então
presidenciável Roseana Sarney
(MA). Bornhausen acusou Serra
de ter feito uso político da PF, pois
à época um amigo do tucano era
ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira. Serra e Nunes sempre negaram tal uso.
Mas o episódio abateu a candidatura Roseana e levou o PFL a
romper em março de 2002 uma
aliança de oito anos com FHC,
deixando os cargos no governo.
Agora, até ACM já admite uma
composição com Serra. Recentemente, o ex-prefeito Antonio Imbassahy deixou o PFL para ingressar no PSDB baiano. O tucano Jutahy tem conversado com o deputado federal ACM Neto (PFL-BA),
herdeiro político de ACM que luta
pela sobrevivência do carlismo.
Uma aliança nacional entre PSDB
e PFL poderia levar o clã político
liderado por ACM a manter espaços na Bahia, onde ainda é forte.
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