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Pesquisas são a chave para barrar ou efetivar Serra
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Enquanto avança no PFL, José
Serra terá ainda de enfrentar obstáculos no PSDB até o primeiro
trimestre do ano que vem, quando o seu partido decidirá quem
será o candidato a presidente.
Estimulados pelo ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, os
governadores Geraldo Alckmin
(SP) e Aécio Neves (MG) fecharam com a eleição do senador
Tasso Jereissati (CE) para presidente do PSDB. Em novembro,
haverá convenção do partido para a escolha do novo comando da
legenda. Tasso será eleito.
Serra cedeu à escolha de Tasso,
apesar de ter resistido. O senador
cearense tem preferência pela
candidatura Alckmin, segundo
apurou a Folha, e poderá ser um
empecilho aos planos do prefeito
de São Paulo para obter a candidatura tucana.
FHC, Alckmin, Tasso e Aécio
concordam que, se em março de
2006 Serra continuar a ser o único
tucano com chance real de bater o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno, ninguém terá força para impedir a sua candidatura. Haverá um movimento
natural do partido, na avaliação
deles, para que Serra deixe a Prefeitura de São Paulo ao final de 16
meses de exercício.
Por ora, FHC, Alckmin e Aécio
perderiam de Lula, mostram as
pesquisas mais recentes, que aferiram a perda de cacife do petista
devido à crise do "mensalão". Já
Serra venceria no segundo turno e
a pesquisa CNI/Ibope divulgada
nesta semana já mostra o prefeito
de São Paulo em empate técnico
com o petista no primeiro turno.
No entanto, se os demais caciques tucanos também surgirem
nas pesquisas como candidatos
que tenham condição de derrotar
Lula, a candidatura de Serra sofrerá forte resistência para ser formalizada pela legenda.
A Folha apurou que há uma
avaliação comum de Tasso, Alckmin e Aécio de que Serra seria um
candidato que traria para a campanha eleitoral um novo julgamento do governo FHC (1995-2002). Ex-ministro da Saúde de
FHC, o prefeito de São Paulo seria
carimbado como uma volta ao
passado. De acordo com pesquisas encomendadas pelo tucanato,
não existe um sentimento de "volta, FHC".
Serra sempre foi contrário à política econômica de FHC, mas a
marca de ter servido ao governo
dele seria um aspecto negativo
para a sua campanha presidencial
em 2006, consideram Tasso,
Alckmin e Aécio.
Competitividade
Esse trio tucano julga que Alckmin e Aécio teriam mais competitividade eleitoral. Alckmin, visto
como o mais forte presidenciável
tucano depois de Serra, ainda seria vendido como herdeiro de
Mário Covas, governador de São
Paulo que morreu em 2001 e que é
visto como referência moral no
partido. Por não terem participado do governo, Alckmin e Aécio
poderiam rebater mais facilmente
a previsível crítica petista de retorno dos tempos de FHC.
Nesse contexto, a opção FHC
perde força. Ele só voltaria a ser
candidato, dizem antigos auxiliares deles, num quadro de caos político. Tasso, Alckmin e Aécio
acham esse cenário improvável.
(KA)
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