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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO" /A LISTA DE VALÉRIO
Parlamentares "cassáveis" tentam mostrar que dinheiro repassado por Marcos Valério cobriu despesas de campanhas eleitorais
Deputados juntam recibos para provar gastos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Recibos e declarações sem data
e notas fiscais em série, embora
distantes três meses uma das outras, integram os documentos
reunidos por deputados federais
que correm o risco de serem cassados por envolvimento no suposto esquema do "mensalão".
Com os papéis, os deputados
tentam provar que o dinheiro repassado pelo publicitário Marcos
Valério de Souza cobriu gastos
eleitorais, ainda que de caixa dois.
O deputado João Magno (PT-MG) apresentou 41 recibos não
datados, num valor total de
R$ 79,5 mil (ou 26% do total que
teria recebido de Valério).
O deputado Professor Luizinho
(PT-SP) também anexou uma declaração de R$ 20 mil sem data,
assinada por um designer gráfico
de Santo André (SP).
João Paulo Cunha (PT-SP)
apresentará na terça-feira três notas fiscais em série, duas de setembro e uma de dezembro de 2003.
No intervalo de três meses entre a
penúltima e a última notas, a empresa não teria emitido nenhum
outro comprovante. O deputado
Paulo Rocha (PT-PA) anexou declarações de recebimentos datadas de agosto de 2005, um ano depois dos serviços supostamente
executados e quando o "mensalão" já era investigado.
Dos 19 acusados no relatório
preliminar da CPI de envolvimento com o caixa dois operado
pelo PT e por Valério, sete afirmaram ter gastado os recursos com
campanhas ou pré-campanhas
eleitorais de 2002 e 2004. O restante ou negou ter recebido recursos
ou disse que os gastou com atividades diversas de uma campanha
-a exceção é José Mentor (PT-SP), que afirmou ter feito serviços
de advocacia para um sócio de
Marcos Valério.
Para justificar um saque de
R$ 20 mil em nome do seu assessor José Nilson dos Santos, Professor Luizinho anexou uma declaração do próprio Santos e outra em nome do designer José
Carlos Nagot, que diz ter recebido
o dinheiro por serviços eleitorais
prestados em 2004.
João Magno apresentou à CPI
relatórios sobre gastos "não contabilizados" nas campanhas de
2002 e 2004. Ele tenta justificar
"não ter usado em proveito próprio" os recursos.
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