São Paulo, domingo, 25 de setembro de 2005

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO" /A LISTA DE VALÉRIO

Parlamentares "cassáveis" tentam mostrar que dinheiro repassado por Marcos Valério cobriu despesas de campanhas eleitorais

Deputados juntam recibos para provar gastos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Recibos e declarações sem data e notas fiscais em série, embora distantes três meses uma das outras, integram os documentos reunidos por deputados federais que correm o risco de serem cassados por envolvimento no suposto esquema do "mensalão".
Com os papéis, os deputados tentam provar que o dinheiro repassado pelo publicitário Marcos Valério de Souza cobriu gastos eleitorais, ainda que de caixa dois.
O deputado João Magno (PT-MG) apresentou 41 recibos não datados, num valor total de R$ 79,5 mil (ou 26% do total que teria recebido de Valério).
O deputado Professor Luizinho (PT-SP) também anexou uma declaração de R$ 20 mil sem data, assinada por um designer gráfico de Santo André (SP).
João Paulo Cunha (PT-SP) apresentará na terça-feira três notas fiscais em série, duas de setembro e uma de dezembro de 2003. No intervalo de três meses entre a penúltima e a última notas, a empresa não teria emitido nenhum outro comprovante. O deputado Paulo Rocha (PT-PA) anexou declarações de recebimentos datadas de agosto de 2005, um ano depois dos serviços supostamente executados e quando o "mensalão" já era investigado.
Dos 19 acusados no relatório preliminar da CPI de envolvimento com o caixa dois operado pelo PT e por Valério, sete afirmaram ter gastado os recursos com campanhas ou pré-campanhas eleitorais de 2002 e 2004. O restante ou negou ter recebido recursos ou disse que os gastou com atividades diversas de uma campanha -a exceção é José Mentor (PT-SP), que afirmou ter feito serviços de advocacia para um sócio de Marcos Valério.
Para justificar um saque de R$ 20 mil em nome do seu assessor José Nilson dos Santos, Professor Luizinho anexou uma declaração do próprio Santos e outra em nome do designer José Carlos Nagot, que diz ter recebido o dinheiro por serviços eleitorais prestados em 2004.
João Magno apresentou à CPI relatórios sobre gastos "não contabilizados" nas campanhas de 2002 e 2004. Ele tenta justificar "não ter usado em proveito próprio" os recursos.


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