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Deputados também reclamam de demora
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Faltando seis dias para o primeiro turno das eleições, integrantes da CPI dos Sanguessugas avaliam que a Polícia Federal não está agindo com rapidez
na identificação da origem do
dinheiro usado para a compra
de um dossiê contra políticos
do PSDB. Membros do comitê
da campanha do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
estavam envolvidos no caso.
"A PF sempre foi nossa parceira, mas, neste caso, não está
agindo com a mesma rapidez
que sempre a caracterizou",
disse o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), sub-relator da
CPI. "O que a gente pede é mais
agilidade", completou.
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), outro sub-relator
da CPI, também critica a falta
de rapidez e sugere que interessa ao governo a divulgação depois após as eleições.
"É preciso saber se o governo
está interessado em divulgar a
origem do dinheiro antes ou
depois da eleição. Eu aposto na
segunda opção", disse.
Para o presidente da CPI, deputado Antonio Carlos Biscaia
(PT-RJ), a PF tem agido com
isenção. "Todos queremos saber a origem do dinheiro. A PF,
desde o começo, tem atuado
com total isenção. Não podemos usar o momento para fazer
disputa política", disse Biscaia.
Em conversas reservadas, o
ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, tem dito que
acha que a origem dos recursos
será esclarecida e tornada pública pela PF antes das eleições.
Publicamente, o ministro tem
negado que a polícia esteja sendo usada para proteger o interesse eleitoral de Lula. A Folha
não conseguiu localizar ontem
os assessores da PF para falar
sobre o assunto.
Os deputados Sampaio e Gabeira questionam o fato de a PF
ainda não ter pedido ao Coaf
(Conselho de Controle de Atividades Financeiras) informações sobre os saques feitos em
agências do Rio de Janeiro e
São Paulo. O Coaf é subordinado ao Ministério da Fazenda.
"Se a Fazenda quisesse elucidar o caso, já teria apurado junto ao Coaf como e por quem esse dinheiro [R$ 1,7 milhão] foi
sacado", disse Sampaio.
No último dia 15, Gedimar
Pereira Passos, analista de risco e mídia da campanha de Lula, e Valdebran Padilha, empresário do Mato Groso ligado ao
PT, foram presos pela PF na capital paulista com R$ 1,7 milhão dentro de um hotel.
Os dois disseram que o dinheiro seria usado para comprar do empresário Luiz Antonio Vedoin -apontado como
líder da quadrilha dos sanguessugas- um dossiê com informações sobre a participação do
candidato ao governo de São
Paulo pelo PSDB, José Serra,
na máfia das ambulâncias.
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