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ELEIÇÕES 2008 / NA ESTRADA
Candidatos prometem legalizar terra no Pará
Com maior rebanho bovino da Amazônia, maioria das fazendas de São Félix do Xingu está irregular
HUDSON CORRÊA
ENVIADO ESPECIAL A SÃO FÉLIX DO XINGU (PA)
Legalizar a posse das propriedades rurais em São Félix
do Xingu (PA), que tem 84 mil
km2, ou 55 vezes o tamanho da
cidade de São Paulo, é a principal promessa na campanha do
município. Por enquanto, o
maior rebanho bovino da Amazônia, concentrado em São Félix do Xingu, pasta em fazendas
sem regularização fundiária.
A operação Boi Pirata, na
qual o governo apreendeu cabeças de gado na região, também está entre os assuntos da
eleição. Sobram críticas ao ministro Carlos Minc (Meio Ambiente), que lançou a operação
em resposta ao aumento do
desmatamento na Amazônia.
A apreensão de cerca de
3.000 bois na estação ecológica
da Terra do Meio é tema dos
candidatos porque parte dessa
reserva está no município.
Candidato à reeleição, o prefeito Denimar Rodrigues (PR),
48, diz que o município tem
6.400 propriedades rurais quase todas irregulares. Em campanha, ele afirma que a prioridade é legalizar as terras.
No fim de 2007, o presidente
Lula determinou o recadastramento de fazendas na Amazônia. Sem o cadastramento, os
donos da terra perdem o CCIR,
o certificado dos imóveis, e não
podem tomar nem empréstimos em bancos. É o que ocorre
em São Félix do Xingu.
Principal adversário de Denimar, dono de um patrimônio
de R$ 24,3 milhões, o pecuarista Antonio Paulino da Silva, 65,
o Antonio Levino (PTB), diz
que o município tem "sido penalizados pelos órgãos governamentais". Ele chegou ao município há 20 anos, na época em
que, segundo ele, a cidade tinha
nos açougues apenas carne de
caça de animais silvestres.
Levino foi prefeito de 1997 a
2004. O rebanho bovino cresceu de 37.962 cabeças em 1991
para 1.596.411 em 2006, segundo o IBGE. Denimar e Levino
dizem que o rebanho já passou
de 2 milhões de bovinos.
No rio Xingu, que corta o
município, o movimento é de
balsas-boiadeiras que transportam até 120 cabeças de gado
de uma margem a outra ao custo de R$ 200 uma viagem de 45
minutos.
Leia mais sobre a viagem
dos repórteres da Folha
http://campanhanoar.folha.blog.uol.com.br
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