|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SUCESSÃO
Senador pefelista descarta disputar vaga de vice, mas não a de presidente em 1998
ACM incita especulação de candidatura
LUÍS COSTA PINTO
enviado especial a Brasília
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) tem estimulado
amigos e alguns admiradores para
que falem sobre uma eventual candidatura sua à Presidência em 98.
Foi o que fez em diversas conversas neste último fim-de-semana,
no qual obrigou o Senado a trabalhar debatendo e, em muitos momentos, opondo-se ao pacote fiscal do governo.
Em nenhuma das conversas o senador baiano, presidente do Congresso, admitiu abertamente sua
candidatura. Mas também não disse que não seria candidato. Garantiu que "no momento" a aliança
eleitoral federal do PFL com o
PSDB está mantida.
Foi perguntado pelo senador
Carlos Wilson (PSDB-PE) se a
aliança poderia ter fim. "Acho que
não, mas o governo não pode fazer
o quer, como quer", respondeu.
Estimulado pelos exercícios de
futurologia política feitos por Carlos Wilson, o presidente do Congresso foi levado a fazer conjecturas sobre as possibilidades de o
Plano Real dar errado. Eles e outros senadores estavam embalados
pelos cenários de queda global das
Bolsas de Valores. ACM disse que
era cedo para desenhar esses quadros futuros. Logo depois, deu o
sinal mais evidente de que tem
pensado bastante na eleição de 98.
Carlos Wilson perguntou-lhe se
seria candidato a vice-presidente
da República numa chapa encabeçada por Paulo Maluf (PPB). "A
vice, não sou candidato de ninguém. Não serei vice de ninguém,
de ninguém", assegurou ACM.
"Ele descartou a vice-presidência de pronto, mas não impediu
que se continuasse debatendo uma
candidatura sua à Presidência. O
quadro é preocupante para o
PSDB", relatou ontem Carlos Wilson a um amigo.
Um eventual abandono do apoio
dado por ACM ao governo FHC é
temido pelos estrategistas da candidatura tucana muito mais pelos
estragos que causará dentro do
Congresso do que por votos que
venha a subtrair do tucano em 98.
Ontem esses estrategistas, alguns
sociólogos, outros publicitários,
poucos ministros e um ou outro
parlamentar do PSDB, citavam
preocupadamente uma reportagem da revista britânica "The
Economist" pondo em dúvida a
capacidade de FHC aprovar seu
pacote fiscal sem o apoio de ACM.
Eles consideram que esse é um
mau sinal para o exterior, que pode agravar a crise de credibilidade
do Real e, assim, arrastar junto o
governo, que sempre se sustentou
na popularidade de moeda estável.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|