EDUARDO CUCOLO
DA FOLHA ONLINE

O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, imitou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e utilizou uma metáfora futebolística para defender a equipe econômica em relação ao aperto no Orçamento para 2004.
Segundo Furlan, o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) tem de assumir a posição de "goleiro do time" para defender o governo dos adversários: "Ele [Palocci] tem mesmo de dizer que vai ser duro, que o Orçamento vai ser controlado e que não tem dinheiro para gastar", disse Furlan. "O ministro da Fazenda, num time de futebol de 11, é o goleiro. Tem de cuidar para não tomar gol dos adversários e, de vez em quando, não tomar gol contra."
Questionado se estava se referindo ao vice-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Darc da Costa, Furlan disse que não iria comentar.
Em entrevista à Folha, Costa admitiu a existência de divergências entre o BNDES e a Fazenda ao criticar os cortes feitos pela Secretaria do Tesouro: "Eu não sei se nós temos uma Secretaria do Tesouro ou uma secretaria da tesoura".
Furlan destacou que o crescimento econômico em 2004 dará uma folga maior para o Orçamento. Ele disse esperar uma nova queda da taxa de juros em dezembro. Ele participou de um evento na Amcham (Câmara Americana de Comércio), em São Paulo.

Fiesp
O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Horacio Lafer Piva, disse ontem compreender o fato de que o Estado não pode agir de forma "perdulária", mas que o aperto orçamentário que o país deve enfrentar em 2004 não pode impedir a expansão, com "taxas substanciais" de crescimento da economia.
As declarações foram dadas ontem em encontro do presidente da Fiesp com executivos e presidentes de grandes empresas.