DA REDAÇÃO

O "Jornal da Record" exibiu ontem trechos de supostas conversas telefônicas gravadas entre o juiz João Carlos da Rocha Mattos e sua ex-mulher Norma Cunha em que citam os juízes federais Casem Mazloum e Adriana Pileggi de Soveral, o desembargador afastado Roberto Haddad e Paulo Maluf, ex-prefeito de São Paulo.
Nos diálogos, Cunha fala a Mattos sobre "dinheiro da corrupção" que seria de Mazloum e de Soveral. Cita um suposto recado de Maluf a Haddad "acertando" o prazo de um julgamento.
Segundo a reportagem, os diálogos são parte de fitas gravadas pela própria Norma Cunha, apreendidas pela Polícia Federal na casa dela. Rocha Mattos e a ex-mulher estão presos, acusados pelo Ministério Público Federal de fazer parte de uma suposta quadrilha de venda de sentenças judiciais. Casem Mazloum também foi denunciado pelo MPF.
Em um dos trechos, Cunha diz que não quer que Mattos passe na casa dela para "pegar aquela grana da corrupção lá dos dois. Do Casem e da Adriana". "É isso que você quer, né? O dinheiro do Roberto?" "É, Norma", responde ele.
A juíza Adriana de Soveral foi afastada de dois casos que envolvem o ex-prefeito Maluf. Um dos motivos do afastamento foi o envio de um dos processos para que Rocha Mattos fizesse cópias.
"O Paulo Maluf telefonou para mim e pediu para falar com o Roberto Haddad que ele não precisa julgar isso agora que ele está nessa situação delicada", diz Norma Cunha a Mattos em outro trecho.
Haddad foi afastado em abril do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, acusado de enriquecimento ilícito e de falsificação de documentos.
A assessoria de imprensa de Maluf disse que o ex-prefeito não conhece Norma Cunha e que, portanto, ele nunca ligou para ela.
Segundo a polícia, Cunha teria gravado o ex-marido para ter como pressioná-lo depois.


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