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"MENSALÃO"/ CPI DOS CORREIOS
PT insiste que Fruet cite caixa 2 em 1998; indiciamentos só podem ser pedidos após aprovação
Impasse sobre Azeredo barra votação de relatório
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A disputa política entre PT e
PSDB inviabilizou ontem a votação do relatório parcial da CPI
dos Correios sobre a movimentação financeira do publicitário
Marcos Valério de Souza. O documento, que pede o indiciamento
do ex-tesoureiro do PT Delúbio
Soares e de Valério, não pode ser
encaminhado ao Ministério Público enquanto não for aprovado.
Elaborado pelo sub-relator de
movimentação financeira, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), o
relatório foi considerado tendencioso pelos petistas por não ter citado irregularidades no financiamento de campanhas tucanas.
Se o texto não for modificado,
os parlamentares do PT trabalham com três possibilidades: não
votar, apresentar um relatório alternativo ou propor emendas.
O PSDB está isolado nesse episódio. O PFL, o presidente da CPI,
senador Delcídio Amaral (PT-MS), e o relator, deputado Osmar
Serraglio (PMDB-PR), acham que
deve ser incluído no parecer o depoimento do tesoureiro Cláudio
Mourão, que admitiu o caixa dois
na campanha do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) ao governo de Minas, em 1998.
"Esse modelito já existiu antes.
Temos de fazer menção pelo menos aos operadores, sem fazer associação com parlamentares",
afirmou Delcídio.
Fruet aceita, desde que seja feito
um capítulo à parte sobre caixa
dois, que incluiria também campanhas estaduais petistas. "No caso de Azeredo, o crime eleitoral
está prescrito, enquanto o praticado em 2002 e em 2004 [em campanhas petistas] não está."
O líder do governo, senador
Aloizio Mercadante (PT-SP), foi
cobrar uma satisfação de Fruet
anteontem. Ele soube que o sub-relator pediu aos técnicos um cruzamento dos telefonemas dele para Delúbio e para o marqueteiro
Duda Mendonça.
Em depoimento à CPI, Duda
afirmou que houve caixa dois nas
campanhas petistas de 2002, exceto na do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. Ele trabalhou nas
campanhas de José Genoino ao
governo de São Paulo, de Benedita da Silva para o governo do Rio
de Janeiro e de Mercadante.
Duda procurou isentar Mercadante, alegando que o custo do
serviço prestado ao senador teria
sido baixo, já que sua agência já tinha uma estrutura em São Paulo.
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