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Madeireiros destroem posto do Ibama no PA
Ministro Carlos Minc pede que a Força Nacional seja enviada a Paragominas; cerca de 3 mil participaram do protesto, diz PM
Ação foi realizada depois de apreensão de 19 caminhões carregados com toras de madeira extraídas de terra indígena de maneira ilegal
BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA
Depois da apreensão de 19
caminhões carregados com
madeira extraída ilegalmente
de uma terra indígena, madeireiros destruíram na noite de
domingo, segundo a polícia, o
posto do Ibama em Paragominas (220 km de Belém) e tentaram invadir o hotel onde cinco
funcionários do órgão federal
estavam hospedados.
A Polícia Militar diz que
3.000 pessoas (o município
tem 90 mil habitantes) participaram da manifestação. Na
ação, todos os caminhões
apreendidos, vindos da reserva
indígena Alto Rio Guamá, na
divisa com o Maranhão, foram
levados embora. Até o início da
noite de ontem, nenhum havia
sido recuperado.
Os veículos estavam carregados com 400 metros cúbicos de
madeira, ao todo. A maioria, segundo o Ibama, era maçaranduba, encontrada somente na
área da reserva indígena.
No protesto, quatro carros do
Ibama e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente foram
incendiados, assim como documentos do órgão federal. Móveis e computadores do Ibama,
que funciona em um prédio
municipal, foram destruídos.
O analista ambiental do Ibama Marco Antônio Vidal, que
coordena a Operação Rastro
Negro, de combate a ilegalidades na cadeia produtiva de carvão no Pará desde o fim de outubro e que resultou na apreensão dos caminhões, disse que os
manifestantes também tentaram invadir o hotel onde ele e
mais quatro funcionários do
Ibama estavam hospedados.
Segundo ele, um trator foi
usado para derrubar um portão
do hotel, mas policiais impediram a invasão, com o uso de
bombas de gás lacrimogêneo.
Apesar dos distúrbios, ninguém havia sido preso até o início da noite de ontem. Segundo
a polícia, o protesto começou
por volta das 19h e só foi controlado quatro horas depois.
O delegado Vicente Ferreira
Gomes disse que a polícia de
Paragominas não tinha efetivo
suficiente para efetuar prisões,
dado o número de pessoas envolvidas no protesto. Segundo
ele, a perseguição aos 19 caminhões roubados não foi possível porque os carros da polícia
não conseguiam passar pela
multidão que estava nas ruas.
Ontem, o ministro Carlos
Minc (Meio Ambiente) pediu
ao colega Tarso Genro (Justiça)
o envio de homens da Força
Nacional de Segurança a Paragominas -uma das 36 listadas
pelo Ministério do Meio Ambiente, em janeiro deste ano,
como líder em desmatamento
na região da Amazônia. O envio
de reforço ainda não foi confirmado pelo ministério.
O presidente do Sindicato do
Setor Florestal de Paragominas, Mário César Lombardi,
que representa 40 madeireiras
locais, disse que o ato foi isolado e sem o apoio do sindicato.
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