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Pacto deve começar pela Ford, diz ACM
da Sucursal de Brasília
O presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA), defendeu que o governo
comece o pacto empresarial pela
Ford, que demitiu 2.800 funcionários, e cobrou do presidente Fernando Henrique Cardoso mais
"pressa" na elaboração de uma
"agenda positiva".
ACM defendeu que a União reduza "um pouco" o IPI (Imposto
sobre Produtos Industrializados),
e os Estados, "um pouco" o ICMS
(Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços).
"Acho muito melhor para o governo (a redução das alíquotas dos
impostos) do que deixar centenas
de milhares de carros nos pátios,
dando motivo aos empresários para demitir funcionários." A redução do IPI já está sendo estudada
pela equipe econômica.
ACM afirmou ter "certeza" de
que as demissões ocorridas na
Ford podem ser "revogadas".
Questionado sobre a validade de
um novo pacto no país, ACM aproveitou para, mais uma vez, criticar
o governador de Minas, Itamar
Franco (PMDB), que decretou a
moratória da dívida do Estado.
"A cada dia temos um pacto. Depende dos pactuantes. O governo
está sempre disposto a fazer um
pacto, mas nenhum pacto pode começar por não querer pagar obrigações contratuais. Não é pacto."
ACM afirmou que o governo
quer conversar com todos, inclusive com a oposição. "Vamos procurar evitar os trapalhões", afirmou.
Após defender a participação do
governo na resolução do caso dos
funcionários da Ford, ACM cobrou pressa do governo em fixar a
"agenda positiva". "O importante
é que um governo que pode fazer e
tem motivos para fazer agendas
positivas o faça com rapidez."
ACM cobrou maior visibilidade
das ações do governo. "O presidente Fernando Henrique já fez
muito nesse período e poderá fazer
muito mais agora, logo que acabar
esse turbilhão da irracionalidade
do mercado", disse.
ACM, que apóia o ministro da
Fazenda, Pedro Malan, disse ontem não acreditar que vá ocorrer
mudança no comando da economia brasileira. "Eu não acredito.
Mas o presidente (FHC) diz isso
todo o dia e vocês (jornalistas) não
acreditam. Por que acreditariam
em mim?", brincou.
Segundo ACM, "os interessados
em diminuir a atuação da equipe
econômica" têm espalhado boatos
"a cada dia". "Boato é a coisa mais
contagiante na elite brasileira." Segundo a Folha apurou, o Planalto
atribui os boatos da saída de Malan
e de sua substituição pelo ministro
José Serra (Saúde) a "especulações
políticas" sem fundamento.
Questionado sobre as declarações do deputado Antonio Kandir
(PSDB-SP) de que o governo terá
de adotar medidas fiscais adicionais, ACM aproveitou para dar
uma estocada no ex-ministro.
"O deputado Kandir anda falando muito. Quero saber se ele já
aprendeu a votar no painel eletrônico. Muito disso que está aí é fruto
daquele erro dele, um equívoco
entre aspas." Em 98, na votação da
idade mínima na reforma da Previdência, Kandir errou ao apertar
os botões. O governo perdeu por
um voto.
(FLÁVIA DE LEON)
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