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PT SOB SUSPEITA
Promotoria acusa seis pessoas por suposta cobrança de propina
Pela 2ª vez, caso Santo André é alvo de denúncia na Justiça
EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA
Dizendo-se "reforçada por novos indícios", a Promotoria Criminal de Santo André apresentou
ontem à Justiça uma nova denúncia (acusação formal) por concussão (exigir vantagem em razão do
exercício de cargo público) e formação de quadrilha contra o ex-secretário e vereador Klinger Luiz
de Oliveira Souza (PT) e outras
cinco pessoas ligadas ao setor de
transporte coletivo municipal.
Entre os pontos que ampliaram
as acusações, segundo os próprios
promotores, estão "provas" de
que alguns dos acusados -a Promotoria não cita os nomes- possuem movimentações bancárias
incompatíveis com suas respectivas declarações de renda.
Desde o ano passado, eles são
investigados por envolvimento
em uma suposta rede de cobrança
de propina de empresários da cidade. Segundo testemunhas, entre elas integrantes da família Gabrilli (do setor de transporte) e
João Francisco Daniel, irmão do
prefeito assassinado Celso Daniel
(PT), parte da propina era utilizada para financiar campanhas do
PT, o que é rechaçado pela legenda. Uma CPI foi criada na cidade,
mas inocentou todos os acusados.
Os promotores refizeram a denúncia contra os acusados por
exigência do TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo, que pediu que
todos eles fossem ouvidos pelo
Ministério Público.
Além de Klinger, ex-secretário
de Serviços Municipais de Santo
André, foram ouvidos Sérgio Gomes da Silva, Ronan Maria Pinto,
Irineu Nicolino Martin Bianco,
Humberto Tarcisio de Castro e
Luiz Marcondes de Freitas.
Os acusados dizem que as denúncias apresentadas são "requentadas". Eles afirmam que a acusação está baseada no "achismo", e que a Promotoria ouviu
seus depoimentos "só para atender as exigências do Tribunal de
Justiça".
Pedido de prisão
De acordo com os promotores,
não existe atualmente a necessidade de pedir a prisão dos acusados, como ocorrera no ano passado. À época, o pedido foi negado.
"Hoje, o esquema está parcialmente desmontado", disse o promotor José Reinaldo Carneiro.
Além da formação de quadrilha
para desvio de dinheiro público, a
denúncia da Promotoria diz que
Castro "ficava encarregado de se
associar a empresários para, depois, debilitá-los, facilitando a
atuação da quadrilha".
Em 1999, a união entre a Projeção Engenharia, de propriedade
de Castro, e a Viação São José, que
pertence aos Gabrilli, formou o
consórcio Expresso Guarará, hoje
nas mãos apenas dos Gabrilli.
A Promotoria informou também que encaminhou ao Ministério Público Federal um dossiê entregue a ela por Castro com denúncias contra as empresas dos
Gabrilli, como documentos que
teriam sido fraudados para pedir
empréstimos ao BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social).
Para Luiz Alberto Gabrilli Neto,
que administra a empresa de seu
pai, Gabrilli Filho, "Humberto
[Castro] está tentando criar uma
cortina de fumaça para se esconder das denúncias".
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