São Paulo, quinta, 26 de março de 1998

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SUCESSÃO
Governador tucano de São Paulo afirma "estar pensando no assunto'
Covas nega estar "em cima do muro" sobre reeleição

ROGÉRIO GENTILE
da Reportagem Local


O governador paulista, Mário Covas (PSDB), disse ontem que não está "em cima do muro" ao falar sobre a possibilidade de disputar um segundo mandato. Covas, que no ano passado anunciou que não disputaria a reeleição, disse que está pensando no assunto, mas que isso não significa que já mudou de opinião.
"Não há hesitação. Não venham com essa história de muro. Comigo não pega. Vocês não apontam um fato na minha vida em que eu tenha ficado em cima do muro."
O governador não confirma publicamente, mas o PSDB já sabe que ele enfrentará Paulo Maluf (PPB). A dúvida é apenas a data do anúncio da candidatura.
O próprio Covas tem preparado o terreno para que a mudança de posição não pareça incoerência.
"Eu não disse que não era (candidato) porque era contra a reeleição. Sempre fui contra por causa da imprensa. Tenho medo do tratamento que a imprensa vai dar. O presidente já tem três processos, e eu tenho um", afirmou, ao tratar das acusações de uso da máquina.
Para Covas, suas negativas não fazem parte de uma estratégia. "Se depois de 20 anos de vida pública vocês desconfiam que faço lances, não valeu nada a vida inteira."
Ontem, minutos antes de se reunir com 30 deputados que foram defender a sua candidatura, Covas disse que "às vezes" tem vontade de corresponder aos apelos.
"Não é fácil. Não pense que isso não me leva a pensar, ponderar. Imagina o significado de seis governadores virem aqui", afirmou, referindo-se à visita, na última segunda, dos governadores Marcello Alencar (Rio), Tasso Jereissati (CE), Eduardo Azeredo (MG), Albano Franco (SE), Almir Gabriel (PA) e Dante de Oliveira (MT).
O PSDB está buscando o apoio do PSB, que já lançou Pedro Dallari. Ontem, em solenidade oficial, o presidente da Assembléia, Paulo Kobayashi, fez questão de elogiar a ex-prefeita paulistana Luiza Erundina.
"Jânio Quadros havia quebrado a cidade. Ela corrigiu."



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