São Paulo, quinta, 26 de março de 1998

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FALSA BOMBA
Retratos continham ofensas
Fotos reforçam idéia de "terror interno"

LUCAS FIGUEIREDO
VANESSA HAIGH
da Sucursal de Brasília

Fotos de senadores que estavam junto à falsa bomba encontrada na segunda-feira no Senado reforçam a suspeita de envolvimento de funcionários da Casa na simulação de atentado.
De acordo com o que apurou a Folha, exames preliminares do Instituto Nacional de Criminalística indicam que as fotografias podem ter sido produzidas pelo próprio Senado para divulgação do trabalho dos parlamentares.
A suspeita é que alguém que tinha acesso às fotos montou o artefato que simulava uma bomba.
A hipótese recai sobre um funcionário ou ex-empregado da segurança. Isso porque a falsa bomba tinha aparência de ser verdadeira, o que indica que foi montada por alguém que tinha conhecimento de explosivos.
A falsa bomba, colocada a cerca de dez metros do plenário do Senado, foi encontrada após telefonema anônimo.
Na dúvida sobre a autenticidade da bomba, peritos optaram por destruir o artefato utilizando um canhão d'água. Ontem, o Instituto Nacional de Criminalística apresentou os fragmentos do artefato.
Foram reconstituídas cinco imagens de parlamentares (fotografias e recortes de revistas) nas quais estavam coladas palavras ofensivas, também recortadas de revistas.
Foram encontradas ofensas nas fotos da senadora Benedita da Silva (PT-RJ) -"gorila"- e dos senadores Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) -'"aloprado"-, Ernandes Amorim (PPB-RO) -"droga"- e Elcio Alvares (PFL-ES) -"morto e corrupto".
Imagens do senador Bernardo Cabral (PFL-AM) e do deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA) não continham ofensas.
Benedita disse que já está '"acostumada" com o xingamento que acompanhava sua foto e que isso só estimula seu trabalho.
"Você acha que eu vou falar sobre isso?", disse ACM. Alvares também não quis fazer comentários. Amorim estava viajando.



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