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São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 2003

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Para Malan e FHC, Palocci é muito ortodoxo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan conversaram sobre o atual governo e concluíram: 1) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido surpreendentemente hábil e deverá aprovar as reformas tributária e previdenciária com relativa facilidade e 2) O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) exagera na ortodoxia fiscal e monetária de forma calculada.
Segundo a Folha apurou, o diagnóstico de FHC e Malan sobre política e economia é parecido. Lula costura uma sólida base parlamentar, inclusive com apoio de conservadores, enquanto Palocci aperta a economia agora, quando tem desculpa, pelo pouco tempo no poder, para jogar a culpa no governo anterior.
O próprio Lula justificou os juros altos (26,5% ao mês) como herança do governo anterior.
Na avaliação de FHC e Malan, Palocci busca conquistar a confiança do mercado, sendo mais ortodoxo do que eles, para adiante deixar a economia respirar. "Estão com o bode na sala", diz FHC, nas conversas reservadas com tucanos. Para ele, quando tirarem o bode, baixando as taxas de juros, colherão os frutos.
A ortodoxia petista surpreendeu os tucanos. O próprio FHC avaliava que Lula perderia o controle da economia em menos de seis meses. Essa surpresa é o pano de fundo para a reentrada de FHC em cena, tentando, em reuniões reservadas, dar um rumo ao partido. (KENNEDY ALENCAR)


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