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GOVERNO SOB PRESSÃO
Segundo levantamento feito pelo PSDB, verba atendeu a emendas parlamentares de 2004; PMDB foi o partido mais beneficiado
Governo libera R$ 12,2 mi em apenas um dia
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PSDB divulgou ontem um levantamento dos gastos do governo federal mostrando que só anteontem o governo liberou para
emendas parlamentares um valor
que representa 26% de tudo o que
foi pago durante todo este ano.
Esse valor refere-se aos restos a
pagar de 2004, já que a execução
orçamentária deste ano está no
começo. Só anteontem foram pagos para emendas R$ 12,2 milhões. Até então o governo havia
pago em 2005 R$ 47,2 milhões. O
partido que teve o maior volume
de verbas liberadas anteontem foi
o PMDB, com R$ 2,2 milhões, seguido pelo PT com R$ 2 milhões.
O PFL também divulgou levantamento mostrando que ontem o
governo liberou verbas para
emendas parlamentares de 18 deputados, em valores que representam mais de duas vezes tudo o
que havia sido liberado desde o
dia 20. Foram R$ 934 mil até a
noite de ontem contra R$ R$ 392
mil do dia 20 até anteontem, de
acordo com números pesquisados no Siafi (sistema de acompanhamento dos gastos federais).
As emendas parlamentares representam gastos incluídos por
deputados e senadores no Orçamento da União. As verbas são
destinadas geralmente para obras
e investimentos nos redutos eleitorais dos parlamentares.
Os R$ 934 mil de ontem foram
distribuídos entre emendas de 18
deputados. Outros dez parlamentares haviam recebido verbas para
suas emendas desde o dia 20.
Entre os beneficiados no Orçamento, todos são da base governista: nove do PMDB, oito do PT,
quatro do PL, três do PP, três do
PTB e um do PC do B. Oito dos 28
assinaram o requerimento que
pedia a criação da CPI para apurar corrupção nos Correios.
Entre os deputados que tiveram
emendas pagas está o presidente
da Câmara, Severino Cavalcanti
(PP-PE), que teve R$ 23 mil liberados. Outro foi o petista Wasny
de Roure (DF): R$ 14 mil. Dos oito
peemedebistas que tiveram
emendas pagas, só dois não assinaram o requerimento. Entre os
que assinaram e foram contemplados estava o vice-presidente da
Câmara, Inocêncio Oliveira (PE),
que teve R$ 23 mil liberados.
Líderes da base governista negaram que as emendas tenham sido usadas como moeda de troca.
O fato é que, entre as várias promessas feitas por governistas ontem para que deputados tirassem
seus nomes da CPI estava a de
acelerar a liberação do dinheiro
para as emendas parlamentares.
Além dos pagamentos, houve
ainda um empenho de R$ 200 mil
para emenda do deputado João
Tota (PL-AC), que não assinou o
requerimento para a CPI. Na segunda-feira, o governo anunciou
o aumento do limite de gastos do
Orçamento em R$ 700 milhões.
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