|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Collor compra quentinhas com verba do Senado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Além de usar a verba indenizatória de R$ 15 mil
para bancar a segurança
privada da Casa da Dinda,
o senador e ex-presidente
Fernando Collor de Mello
(PTB-AL) também a utiliza para comprar refeições
que são levadas para a residência, localizada em área
nobre da capital federal.
É do Boka Loka, pequeno e simples restaurante
no centro do Paranoá, cidade-satélite de Brasília,
que Collor compra as
quentinhas. Do portão da
Casa da Dinda até o estabelecimento, são dez minutos de carro.
Ontem, por exemplo, o
Boka Loka, segundo disse
à Folha uma funcionária,
iria levar para a Dinda 20
refeições. "É variado. Tem
dia que é mais, tem dia que
é menos", disse.
A reportagem ligou para
o celular do ex-presidente,
que desligou ao ser informado do assunto, dizendo
que não o comentaria.
Segundo informações
disponibilizadas na página
do Senado referente a verba indenizatória, nos meses de abril e maio -período em que é possível identificar as empresas nas
quais os senadores usaram a verba- Collor gastou no Boka Loka R$
4.830. Como cada quentinha no restaurante custa
R$ 7, o dinheiro daria para
comprar 690 marmitas.
Ao jornal "O Estado de
S. Paulo" a assessoria de
Collor informou que o restaurante é utilizado por
várias pessoas da equipe
do senador, que também
já almoçou lá.
Na edição de ontem, a
Folha revelou que Collor
usa parte de sua verba indenizatória também para
contratar uma empresa de
segurança para a Casa da
Dinda -o senador, que
mora em um apartamento
funcional do Senado, só a
frequenta nos fins de semana e feriados.
A Casa da Dinda ficou
nacionalmente conhecida
quando o então presidente
enfrentou o processo de
impeachment que culminou com sua renúncia, em
dezembro de 1992. Na
época, constatou-se que os
jardins da casa foram reformados com verba de
contas-fantasmas do tesoureiro de sua campanha
presidencial, Paulo César
Farias, morto em 1996.
A portaria que regulamenta o uso da verba indenizatória (nº 2, de 2003)
não prevê o uso do dinheiro para contratar segurança para a casa dos senadores nem para ressarcir gastos de caráter pessoal.
(LUCAS FERRAZ)
Texto Anterior: Outro lado: Nomeados são "qualificados", diz assessoria Próximo Texto: Agaciel pede afastamento do Senado por 90 dias Índice
|