São Paulo, Sábado, 26 de Junho de 1999
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NO RUMO
Presidente faz discurso otimista e nega a saída de ministro da agricultura
Emprego é a "grande batalha" do governo, diz FHC em SP

da Reportagem Local

O presidente Fernando Henrique Cardoso mandou ontem um recado para os partidos aliados que, desde o início do seu segundo mandato, protagonizam embates políticos em busca de mais espaço no governo federal.
Ao discursar durante solenidade no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, FHC disse que a "grande batalha" do governo agora é a do "emprego" e ressaltou que essa "batalha é nacional, não de um partido, de um governador, de um presidente".
Na opinião do presidente, o país passou por dificuldades com a crise da Rússia, mas conseguiu "recolocar o trem no trilho". Ele disse que o Brasil venceu a batalha da inflação e que agora a luta é para garantir a "perspectiva da estabilidade para a população, não só a dos preços, mas a da vida".
"As pessoas confundem alhos com bugalhos. Pensam que a política tal é de fulano ou de beltrano, de tal partido. Estão equivocadas. Isso é um dever patriótico. Temos que nos unir, darmos as mãos para avançar naquilo que é essencial para a melhoria do bem-estar da população brasileira." Mais uma vez, FHC fez um discurso em tom otimista. Para ele, "o governo não perdeu o rumo, nem a energia, nem a confiança no país".
O presidente assinou com o governador Mário Covas (PSDB-SP) convênio para construção de moradias populares liberando, nesse primeiro momento, cerca de R$ 400 milhões.
Ele também participou de cerimônia de comemoração dos 100 anos do IPT (Instituto Paulista de Tecnologia). Depois das duas solenidades, o presidente não deu entrevista.
Covas disse, ao final das cerimônias, que não acredita que uma possível reforma ministerial acabe com as crises entre os aliados. "Eu acho que reforma ministerial não resolve. Não é mudando ministro deste ou daquele partido que a base será acalmada. Se tem um ministro que não vai bem, tira o ministro e pronto", afirmou.

Em Brasília
O presidente se irritou ontem com perguntas sobre a suposta saída do ministro da Agricultura, Francisco Turra (PPB), do governo. FHC insiste em não tratar publicamente a reforma ministerial que está sendo negociada por ele para julho.
"Já respondi dez vezes (sobre isso). Não inventem mais nada, por favor", respondeu FHC à pergunta da Folha sobre a possível saída de Turra do governo.
O ministro da Agricultura estava ao lado do presidente, que anunciava safra recorde de grãos e comemorava a redução nos índices de desemprego.


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