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Livre comércio divide negociadores
do enviado especial ao Rio
Os negociadores do Mercosul e
da União Européia divergiram ontem em torno da inclusão ou não
da expressão "zona de livre comércio" no documento final da cúpula
entre os dois blocos, a realizar-se
segunda-feira.
Os europeus opunham-se ao termo por entender que ele sinaliza
uma liberdade de comércio entre
os países membros de tal amplitude que determinados países da Europa teriam dificuldade em vender
a seus públicos internos (a França,
em especial).
Já no início da noite, chegou-se a
uma fórmula "satisfatória para
ambas as partes", conforme ouviu
a Folha, sem no entanto conseguir
estabelecer precisamente qual é essa fórmula.
Incluir "zona de livre comércio"
no documento da cúpula do Rio
seria dar um passo adiante em relação ao acordo-quadro assinado
pelos dois blocos, em Madri, em
1995. Neste se prevê que Mercosul
e UE formarão uma Associação Interregional Política e Econômica,
uma formulação sem paralelo.
Mas é, ao mesmo tempo, um rótulo vago demais para a diplomacia contemporânea que gira essencialmente em torno de economia e
comércio e, por isso, exige delimitações mais precisas.
Delimitação
Para o Mercosul, era importante
a expressão porque, sem ela, todas
as concessões que a Europa vier a
fazer ao bloco do Sul terão obrigatoriamente que ser estendidas a todos os demais países-membros da
OMC, que são mais de 140.
Com ela, no entanto, as concessões podem ficar confinadas aos
países integrantes da zona de livre
comércio e, ainda assim, obedecer
às regras internacionais (desde
que a área a ser formada cubra
"substancialmente todo o comércio", conforme dita a OMC).
(CR)
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