São Paulo, Sábado, 26 de Junho de 1999
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Livre comércio divide negociadores

do enviado especial ao Rio

Os negociadores do Mercosul e da União Européia divergiram ontem em torno da inclusão ou não da expressão "zona de livre comércio" no documento final da cúpula entre os dois blocos, a realizar-se segunda-feira.
Os europeus opunham-se ao termo por entender que ele sinaliza uma liberdade de comércio entre os países membros de tal amplitude que determinados países da Europa teriam dificuldade em vender a seus públicos internos (a França, em especial).
Já no início da noite, chegou-se a uma fórmula "satisfatória para ambas as partes", conforme ouviu a Folha, sem no entanto conseguir estabelecer precisamente qual é essa fórmula.
Incluir "zona de livre comércio" no documento da cúpula do Rio seria dar um passo adiante em relação ao acordo-quadro assinado pelos dois blocos, em Madri, em 1995. Neste se prevê que Mercosul e UE formarão uma Associação Interregional Política e Econômica, uma formulação sem paralelo.
Mas é, ao mesmo tempo, um rótulo vago demais para a diplomacia contemporânea que gira essencialmente em torno de economia e comércio e, por isso, exige delimitações mais precisas.

Delimitação
Para o Mercosul, era importante a expressão porque, sem ela, todas as concessões que a Europa vier a fazer ao bloco do Sul terão obrigatoriamente que ser estendidas a todos os demais países-membros da OMC, que são mais de 140.
Com ela, no entanto, as concessões podem ficar confinadas aos países integrantes da zona de livre comércio e, ainda assim, obedecer às regras internacionais (desde que a área a ser formada cubra "substancialmente todo o comércio", conforme dita a OMC).
(CR)


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