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PERFIL
Renilda se isola e chora ao falar do depoimento à CPI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
Apesar de ser sócia da SMPB
Comunicação, maior agência
de publicidade de Minas Gerais, Renilda Maria Santiago
Fernandes de Souza -mulher
de Marcos Valério- não comparecia a reuniões de trabalho,
eventos e nem mesmo confraternizações de final de ano.
Desde que surgiu no noticiário como a principal sócia do
publicitário na SMPB, apontado como operador do suposto
"mensalão", Renilda se mantém reclusa na casa deles em
Brumadinho (a 35 quilômetros
de Belo Horizonte).
Ela deixou de preparar os
jantares para os amigos do casal e acompanha de longe as
obras da casa na rua Castelo de
Feira, em BH. "Aqui dona Renilda não vem mais", disse o vigia para a Folha.
Também deixou de ir a São
Paulo, onde comprava roupas
e sapatos. E não é mais vista pelas vendedoras da M Guia, grife
mineira de Érica Mares Guia,
filha do ministro do Turismo,
Walfrido Mares Guia. Nos últimos três anos ela gastou na loja
cerca de R$ 100 mil, segundo
transferências da conta de Renilda para Érica encontradas
pela CPI dos Correios.
Ontem, Renilda saiu de casa e
passou o dia com os advogados, se preparando para o depoimento hoje na CPI.
Nos dois únicos telefonemas
da Folha que atendeu, na semana passada, Renilda falou
sobre os problemas com o casamento após as denúncias do
suposto "mensalão". "A minha
família acabou, e daí? O que é
que você tem a ver com isso?",
disse. No último telefonema,
anteontem, Renilda estava com
a voz embargada e chorou ao
ser perguntada se contribuiria
com a CPI. "Eu vou à CPI, sim.
Me desculpa, mas não posso falar mais nada."
Renilda aparece como sócia
do publicitário Marcos Valério
nas empresas SMPB Comunicação (R$ 333,3 mil em ações),
Graffiti Participações (R$ 300
mil) e JVN Participação (R$ 10
mil).
A secretária Fernanda Karina
Somaggio disse à Folha que, no
período em que trabalhou na
agência (de maio de 2003 a janeiro de 2004), a mulher do publicitário não comparecia a
reuniões. Quando a empresa
precisava de sua assinatura em
documentos, a diretora financeira Simone Vasconcelos
mandava um emissário à casa
de Renilda.
Os funcionários também não
a conheciam. "Ela [Renilda]
era totalmente afastada dos negócios, não sabia nem para onde ele [Valério] viajava", disse
Karina. "No Natal [de 2003] ganhei um presente que ela mandou. Não veio entregar pessoalmente. Era o jeito dela."
Na agenda da secretária
consta apenas uma viagem de
Renilda, Valério e os filhos de 4
e 14 anos, com despesas pagas
pela agência. Também era da
agência SMPB que saíam os pagamentos para despesas da casa e compras de cestas básicas
para os funcionários de Renilda.
(KÁTIA BRASIL)
Colaborou FÁBIO VICTOR,
enviado especial a Belo Horizonte
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