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Estados dependem de verba federal
da Sucursal de Brasília
Os bancos federais respondem
por 92% dos financiamentos concedidos a Estados e municípios,
segundo levantamento feito pelo
Departamento da Dívida Pública
do Banco Central.
As instituições controladas pelo
Tesouro têm R$ 38,423 bilhões
dos R$ 41,749 bilhões em débitos
bancários dos governos regionais.
As estatísticas do BC mostram
que os bancos privados quase não
se arriscam a dar empréstimos a
Estados e a municípios. Eles respondem por 2,1% dos financiamentos, com R$ 880 milhões.
O restante do financiamento
bancário aos governos regionais é
feito pelas instituições estaduais,
que carregam em suas carteiras
R$ 2,446 bilhões, ou 5,9% dos empréstimos levantados por Estados
e municípios.
Os dados reunidos pelo Banco
Central mostram que, para forçar
a redução do déficit estadual e
municipal, o Tesouro Nacional e
os bancos que controla poderiam
restringir os empréstimos aos governos regionais.
Se dependessem exclusivamente de bancos privados para se financiarem, os Estados e os municípios estariam virtualmente impedidos de gastar acima de suas
receitas -ou seriam forçados a
pagar juros exorbitantes.
Quando considerados também
os empréstimos não bancários, o
Tesouro Nacional aparece novamente como o maior financiador
dos Estados e municípios. Juntos,
a União e seus bancos são credores de 95,6% dos débitos.
Há Estados em que os bancos
federais respondem por 100% dos
financiamentos: Rio Grande do
Norte, Rondônia, Roraima, Sergipe, Acre e Amapá. Os bancos privados também estão ausentes do
Distrito Federal.
São Paulo
A União e seus bancos estaduais
respondem por 87,8% dos financiamentos dados à Prefeitura de
São Paulo, que somam R$ 12,121
bilhões. Os bancos privados não
são credores do município.
O prefeito Celso Pitta negocia
com a União a federalização de
sua dívida. O Tesouro já entregou
a Pitta minuta do contrato para a
troca de R$ 8,454 bilhões em letras municipais por papéis federais, mas há divergências sobre o
prazo de financiamento.
O Tesouro pretende refinanciar
com prazo de 30 anos apenas 23%
dos papéis. Os 77% restantes seriam refinanciados em dez anos,
pois sua emissão (para pagamento de precatórios judiciais) tem legalidade questionada.
Pitta contesta os dados sobre a
regularidade dos papéis e reivindica a rolagem de todos os títulos
com prazo de 30 anos.
(AR)
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