São Paulo, segunda-feira, 26 de agosto de 2002

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Empresário diz que recorreu por questão moral

DA REPORTAGEM LOCAL

"Esse embargo não me beneficia em nada, porque eu já fui absolvido", diz o ex-senador Luiz Estevão. Segundo ele, "quem é absolvido não pode pretender ser beneficiado. A única razão de eu ter interposto o recurso é que ele me tira um desconforto, do ponto de vista moral. É o desconforto de ficar a dúvida sobre um fato que para mim era induvidoso".
Estevão diz que teve dificuldades para convencer os advogados a oferecer o recurso. "É incomum uma pessoa absolvida pretender ainda algum tipo de decisão, embora não houvesse nenhum desdobramento do ponto de vista judicial. É uma questão moral."
Ele diz que houve "flagrante ilicitude, ilegalidade e inconstitucionalidade na obtenção dos documentos no exterior, por meio dos quais o Ministério Público Federal pretenderia provar um suposto envio de dólares para o juiz Nicolau".
"Fui absolvido porque não está em nenhum momento provado que eu mandei dinheiro, como eu nunca mandei. Vou até o tribunal do Vaticano para provar isso."
"Os documentos são falsos, conforme comprovado por laudo pericial anexado ao processo. Quando foram obtidos, o tal tratado de assistência mútua entre o Brasil e os Estados Unidos não estava em vigor."
Estevão diz que os documentos também não foram obtidos pelo governo americano. "O próprio ofício no qual o Departamento de Estado envia os documentos para a embaixada brasileira em Washington diz que [os papéis] tinham sido recebidos de um escritório de advocacia contratado pelo governo brasileiro".



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