São Paulo, segunda-feira, 26 de agosto de 2002

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OUTRO LADO

"Ele usa a TV para chantagear políticos", devolve Melles

DA ENVIADA ESPECIAL A BELO HORIZONTE

Em campanha para reeleição a deputado federal, o ex-ministro Carlos Melles (PFL-MG) negou ser o beneficiário da concessão de TV educativa autorizada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para a cidade mineira de São Sebastião do Paraíso.
Melles disse que a Fundação Educacional e Cultural do Sudoeste Mineiro, que recebeu a concessão, pertence à cidade, não a ele, mas admitiu ter sido dele a iniciativa de criar a entidade e ter levado o pedido de concessão ao governo.
Ele confirmou que seu primo e assessor parlamentar, Giuliano Melles, e dois prefeitos da região ligados a ele fizeram parte da fundação, mas disse que se afastaram da entidade. "É bom que a fundação não tenha políticos nem parentes de políticos", justificou.
Ele reagiu às acusações do empresário Antonino Amorim em tom igualmente agressivo. Disse que Amorim teve longa carreira na política local como vereador e teria conseguiu a rádio Ouro Verde por influência política. ""Esse moço é demissionário da prefeitura e quer voltar. Tem 2000 processos nas costas. É uma pessoa revoltada, que sempre usou o poder político em benefício próprio e usa escandalosamente a TV como instrumento de chantagem."
Indagado se o fato de estar à frente de um ministério, na época, facilitou obter a concessão e se isso seria abuso de poder, Melles disse que vários deputados apadrinharam pedidos de concessão de rádio e TV educativas para fundações e que não vê abuso de poder nisso. Disse que quando foi assinado o contrato da Sudoeste Mineiro, vários deputados estavam no Ministério das Comunicações acompanhando outras fundações. (EL)



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