São Paulo, segunda-feira, 26 de agosto de 2002

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RIO 40º GRAUS

Serra recorre a água de coco e protetor solar para aguentar calor em campanha na zona sul

Tucano faz caminhada em Ipanema

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

Teve foto ao lado da ex-famosa Renata Alves, a estudante de direito que infernizou a vida do técnico Wanderley Luxemburgo ao se dizer sua amante.
Teve troca de beijos com o travesti que se identificou como Priscila Montenegro.
Teve um beijo, na careca, dado pela escritora Patrícia Melo, que foi buscar um autógrafo.
Teve pedaladas num triciclo que carrega, em vez de um carrinho de pipoca, um aparelho de som para campanha eleitoral.
Teve uma eleitora reclamando das perdas salariais do funcionalismo, outra contando que a mãe morreu por erro médico.
Teve uma banda tocando a marchinha "Cabeleira do Zezé", o que irritou o deputado Ronaldo Cezar Coelho (PSDB-RJ): "Isso é coisa de inimigo. Tocar essa música para dois carecas!" Os carecas eram o candidato a presidente José Serra (PSDB) e o senador Artur da Távola (PSDB-RJ), que tenta a reeleição.
Numa manhã de sol -uma assessora passou regularmente protetor solar na cabeça e na nuca do candidato- em que os termômetros não caíram a menos de 30 graus centígrados, Serra fez uma caminhada na orla de Ipanema e Leblon (zona sul).
Talvez tenha sido o evento mais entusiasmado da sua campanha no Rio. Participaram cerca de mil pessoas -o mesmo contingente reunido domingo retrasado em Copacabana pelo presidenciável Ciro Gomes (PPS). A maioria era de cabos eleitorais pagos. Serra chegou ao Leblon pouco antes das 12h para inaugurar um comitê e autografar o livro "O Sonhador que Faz" (editora Record), com uma entrevista sua. Foi lá que ganhou o beijo de Patrícia Melo.

Queda de Rita
Enquanto o tucano caminhava por uma pista interrompida para o lazer dominical, um banhista gritou: "Quero ver é a Rita Camata, não o Serra".
Rita ficou em São Paulo para um passeio de bicicleta no Ibirapuera. No tumulto, a vice de Serra se desequilibrou e caiu na pista. Segundo sua assessoria, ela não se machucou. A peemedebista evitou ir ao Rio para não rever a sua desafeta Solange Amaral (PFL), que apóia Serra.
Uma atividade como a de ontem é influenciada pela busca de cenas gravadas pela equipe de TV para o horário gratuito e pela preocupação em oferecer boas imagens ""jornalísticas".
A primeira criança foi beijada por Serra a pedido dos fotógrafos. Que invadiram um quiosque para registrar o candidato bebendo água de coco. Candidato que falou, como se fosse uma declaração momentosa: "Independentemente de qualquer coisa, este coco está fantástico".
Dezenas de eleitores, em dois bairros com população de alto poder aquisitivo, prometeram votos. Uma moradora de Copacabana reclamou: "Você só vem aqui, na elite. Tem que ir a Copacabana". Serra disse que vai.
No final, subiu numa pequeno bloco de concreto e discursou: "Vamos para o segundo turno, em novembro". Foi avisado do erro, e corrigiu-o, antes de partir: "Na verdade, vai ser antes de novembro, em 27 de outubro".



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