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RIO 40º GRAUS
Serra recorre a água de coco e protetor solar para aguentar calor em campanha na zona sul
Tucano faz caminhada em Ipanema
MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO
Teve foto ao lado da ex-famosa
Renata Alves, a estudante de direito que infernizou a vida do
técnico Wanderley Luxemburgo
ao se dizer sua amante.
Teve troca de beijos com o travesti que se identificou como
Priscila Montenegro.
Teve um beijo, na careca, dado
pela escritora Patrícia Melo, que
foi buscar um autógrafo.
Teve pedaladas num triciclo
que carrega, em vez de um carrinho de pipoca, um aparelho de
som para campanha eleitoral.
Teve uma eleitora reclamando
das perdas salariais do funcionalismo, outra contando que a mãe
morreu por erro médico.
Teve uma banda tocando a
marchinha "Cabeleira do Zezé",
o que irritou o deputado Ronaldo Cezar Coelho (PSDB-RJ): "Isso é coisa de inimigo. Tocar essa
música para dois carecas!" Os
carecas eram o candidato a presidente José Serra (PSDB) e o senador Artur da Távola (PSDB-RJ), que tenta a reeleição.
Numa manhã de sol -uma
assessora passou regularmente
protetor solar na cabeça e na nuca do candidato- em que os
termômetros não caíram a menos de 30 graus centígrados, Serra fez uma caminhada na orla de
Ipanema e Leblon (zona sul).
Talvez tenha sido o evento
mais entusiasmado da sua campanha no Rio. Participaram cerca de mil pessoas -o mesmo
contingente reunido domingo
retrasado em Copacabana pelo
presidenciável Ciro Gomes
(PPS). A maioria era de cabos
eleitorais pagos. Serra chegou ao
Leblon pouco antes das 12h para
inaugurar um comitê e autografar o livro "O Sonhador que Faz"
(editora Record), com uma entrevista sua. Foi lá que ganhou o
beijo de Patrícia Melo.
Queda de Rita
Enquanto o tucano caminhava
por uma pista interrompida para o lazer dominical, um banhista gritou: "Quero ver é a Rita Camata, não o Serra".
Rita ficou em São Paulo para
um passeio de bicicleta no Ibirapuera. No tumulto, a vice de Serra se desequilibrou e caiu na pista. Segundo sua assessoria, ela
não se machucou. A peemedebista evitou ir ao Rio para não
rever a sua desafeta Solange
Amaral (PFL), que apóia Serra.
Uma atividade como a de ontem é influenciada pela busca de
cenas gravadas pela equipe de
TV para o horário gratuito e pela
preocupação em oferecer boas
imagens ""jornalísticas".
A primeira criança foi beijada
por Serra a pedido dos fotógrafos. Que invadiram um quiosque para registrar o candidato
bebendo água de coco. Candidato que falou, como se fosse uma
declaração momentosa: "Independentemente de qualquer coisa, este coco está fantástico".
Dezenas de eleitores, em dois
bairros com população de alto
poder aquisitivo, prometeram
votos. Uma moradora de Copacabana reclamou: "Você só vem
aqui, na elite. Tem que ir a Copacabana". Serra disse que vai.
No final, subiu numa pequeno
bloco de concreto e discursou:
"Vamos para o segundo turno,
em novembro". Foi avisado do
erro, e corrigiu-o, antes de partir: "Na verdade, vai ser antes de
novembro, em 27 de outubro".
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